DA FOLHA RIBEIRÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

As principais universidades da região de Ribeirão Preto receberam ontem seus novos alunos, com programas específicos para impedir a ocorrência de trotes violentos.
A UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e a Unesp (Universidade Estadual Paulista), em Araraquara, Jaboticabal e Franca, e a USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto receberam cerca de 3.400 calouros.
Na UFSCar, por exemplo, foi criado o projeto A Calourada, para receber os alunos com atividades educativas. Já a Unesp começou o período com o Trote Cidadão, que propõe a arrecadação de alimentos para doação.
Na capital paulista, também ocorreram trotes. Na atlética da faculdade de medicina da USP- onde o calouro Edison Hsueh foi encontrado morto na piscina após trote em 1999- o clima ontem era de descontração.
Após uma aula inaugural de manhã, a tarde dos estudantes foi preenchida com música, bebidas, churrasco e banho de espuma. A pintura no rosto e o corte do cabelo ficaram de fora.
"Amanhã quem quiser vai participar de uma doação de sangue e na quarta haverá uma visita ao Hospital das Clínicas", afirma Marileide Gonçalves da Cruz, 20, aluna do 2º ano de terapia ocupacional e integrante do centro acadêmico do curso. "Podemos brincar à vontade, mas sem machucar ou constranger os calouros", diz.
Com as roupas cobertas de espuma, o calouro de medicina Eduardo Nascimento, 18, aprovava a festa e a atitude dos veteranos. "Será que vai ser assim a semana toda? Todo mundo foi muito sossegado com a gente. Nem rasparam o meu cabelo, raspei na casa da minha avó", diz.
Em outro prédio da USP -da Escola Politécnica-, o dia foi ocupado com atividades mais formais, mas também sem traços de brutalidade. Aula inaugural e palestras nos dois auditórios do prédio serviram como momentos de integração entre os novos e antigos alunos do curso.


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