São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2005

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OUTRO LADO

Reforma é a mais radical da história, afirma presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário da Justiça e Defesa da Cidadania e presidente da Febem, Alexandre de Moraes, afirmou ontem que a Febem passa pela reforma mais radical de sua história e que os problemas seriam inevitáveis.
"Mudanças abruptas sempre causam instabilidade. Mas é a [mudança] possível. Uma mudança aos poucos traria uma instabilidade ainda maior", afirmou Moraes.
Segundo ele, os números dos últimos dois meses mostram o que já se calculava: resistência às mudanças. "Não foi fácil e vai continuar não sendo fácil."
Para ele, a concentração de rebeliões, tumultos e fugas nos últimos dois meses não pode ser interpretada como sinônimo de caos na instituição. "Estamos no meio de um processo. E até os que são contra ele admitem que é o projeto mais radical da Febem", afirmou.
Moraes disse que a Febem evoluiu nos últimos meses. Entre os progressos, segundo ele, está o fim do que a fundação chama de "máfia das horas extras" -funcionários que incitariam rebeliões, assinariam o ponto, mas iriam para casa, recebendo as horas extras.
A prisão de funcionários do complexo da Vila Maria em janeiro deste ano, depois da suposta sessão de tortura de 111 internos, também é apontada como um avanço. "Foi a primeira vez que a própria Febem encaminhou as prisões", disse. A Justiça decretou a prisão preventiva de 37 funcionários e aceitou a denúncia pelo crime de tortura contra 42.
Para o presidente da Febem, a demissão de 1.751 agentes no mês passado também é um progresso. "Apenas 170 tinham curso universitário", disse. O Tribunal Regional do Trabalho decidiu anteontem anular as demissões, mas não obriga a Febem a reaproveitá-los nas unidades.
Desse grupo, 778 que têm estabilidade podem receber sem trabalhar. Os outros 973, com menos de três anos de fundação, receberam estabilidade por 60 dias. A Febem vai recorrer.


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