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CORRIDA CONTRA O AUMENTO
Prefeitura impõe limite ao bilhete único às vésperas do reajuste das passagens de ônibus para R$ 2
Crédito de R$ 1,70 valerá só por um mês
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
anunciou ontem uma medida
para restringir a compra de créditos do bilhete único às vésperas da vigência do reajuste da tarifa dos ônibus, que sobe de R$
1,70 para R$ 2 neste sábado.
Temendo uma corrida dos
passageiros aos postos de abastecimento, a gestão José Serra
(PSDB) divulgou que somente
os créditos adquiridos até anteontem poderão ser utilizados
por tempo ilimitado pelo valor
de R$ 1,70 em cada passagem.
Os créditos adquiridos de ontem até sexta serão descontados
nas roletas dos ônibus pela tarifa
atual somente no prazo de 30
dias. A partir de então, os débitos serão de R$ 2 por viagem.
No dia anterior, a posição da
Secretaria Municipal dos Transportes era a de que não haveria
nenhuma limitação até a vigência da nova tarifa. Ou seja, os créditos adquiridos até lá, por R$
1,70, continuariam correspondendo a uma passagem inteira a
partir de sábado.
O secretário dos Transportes,
Frederico Bussinger, afirmou
ontem ter adotado essa limitação com base nas regras anteriores do passe escolar e do vale-transporte em papel, que tinham
um mês de validade de uso.
O limite de créditos acumulados por cartão, pelo valor de R$
1,70, de ontem até sexta, será de
R$ 100, sem a opção -existente
até então- de um novo carregamento que some R$ 200.
Conta não fecha
O secretário Bussinger esteve
ontem na Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre
a elevação da tarifa. Ele foi convidado para ir à presidência da
Casa, mas acabou sendo chamado para ser questionado pelos
vereadores no plenário -e se
disse "surpreso" com a decisão.
No depoimento, falou em contratar uma empresa para fazer
auditoria na frota das empresas
de ônibus, nas fraudes do bilhete
único e na conta do sistema de
transporte.
Bussinger disse que a subvenção à passagem reservada no Orçamento -de R$ 340 milhões-
era insuficiente para cobrir os
gastos. Mesmo assim, esse valor
caiu para R$ 224 milhões.
Apesar do corte, as planilhas
entregues pelo prefeito à Câmara para justificar a alta tarifária
indicam que a conta do sistema
não fecha caso seja mantido esse
montante, apesar do reajuste da
tarifa para R$ 2. A planilha sinaliza para a necessidade de mais
de R$ 280 milhões em subvenções por ano -diferença de praticamente R$ 60 milhões em relação à intenção de Serra.
Os tucanos chegaram a apontar que, sem a alta da passagem,
a necessidade de subvenções ultrapassaria R$ 600 milhões.
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