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DESABAMENTO 3
Vítimas têm apoio do prefeito do Rio para viagem a Brasília, onde encontram o senador, na quarta
Moradores pedem cassação de Naya a ACM
do Enviado Especial ao Rio
e da Sucursal do Rio
Uma comissão formada por oito
moradores do edifício Palace 2 irá
até Brasília para pedir a cassação
do deputado federal Sérgio Naya
(PPB-MG). Os moradores pretendem fazer o pedido quarta-feira,
em uma audiência que está sendo
agendada com o presidente do
Congresso, o senador Antônio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Ontem, os moradores se reuniram com o prefeito do Rio, Luiz
Paulo Conde (PFL), que prometeu
apoio para a ida da comissão a
Brasília e para conseguirem um financiamento junto à Caixa Econômica Federal, que seria usado
na compra de novos imóveis.
O grupo também pretende se
reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro
Celso de Mello, para o qual pretende pedir agilidade na tramitação do processo indenizatório.
Os moradores distribuíram uma
declaração, cuja primeira assinatura é de Bárbara de Alencar Martins, mãe da menina Luíza, 12, e
ex-mulher do médico Milton Martins, mortos no desabamento, na
qual pedem que se faça Justiça.
"Não podemos admitir, como
brasileiros, termos por mais um
dia sequer a tenebrosa imagem do
delinquente Sérgio Naya como
nosso representante perante a sagrada casa do povo, o Congresso
Nacional, a Câmara dos Deputados, ou perante qualquer entidade
pública representativa dos nossos
direitos de cidadãos honestos",
diz a declaração dos moradores.
O delegado Carlos Alberto Nunes
Pinto, titular da 16ª DP (Barra da
Tijuca), responsável pelo inquérito que apura o desabamento, quer
ter informações suficientes para
qualificar o caso como homicídio
com dolo eventual.
"Acho pouco homicídio culposo
(cuja pena máxima é de três anos),
pois os responsáveis, se condenados, caso primários, não irão sequer para a cadeia", disse.
Comprovado o dolo eventual, os
envolvidos poderiam ser condenados por homicídio doloso, pois
teriam assumido risco presumido
ao permitir a utilização do prédio
sabendo de suas más condições.
Nunes Pinto reafirmou que pretende concluir o inquérito até o final da semana. Para concluir o trabalho, falta laudo sobre o que
aconteceu com o pilar que ruiu .
Segundo o delegado, pelos depoimentos dos moradores há indícios de erros na construção.
Anteontem à tarde, em meio aos
escombros, foi encontrada e encaminhada para perícia parte de
uma viga na qual estava incrustada uma concha, indício de utilização de areia de praia na obra.
Falta também colher depoimentos dos diretores e engenheiros da
Sersan. Nunes Pinto afirmou que
não intimará o deputado Sérgio
Naya. "Ele tem imunidade."
(MARCELO OLIVEIRA e MÁRIO MAGALHÃES)
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