da Reportagem Local

Cerca de 160 veículos, entre eles três ônibus, ficaram submersos ontem, por volta das 15h30, no túnel do Anhangabaú. Segundo o capitão Paulo Cezar Berto, do 1º GBS (Grupamento de Buscas e Salvamentos), até as 19h, 60 veículos já haviam sido retirados do túnel.
Os bombeiros teriam de esperar o volume de água baixar para confirmar informações não oficiais de que três pessoas estariam afogadas dentro do túnel.
"Não descartamos a possibilidade de que existam vítimas fatais, mas não há nada oficial ainda", disse o capitão Berto. Segundo ele, 40 bombeiros e 30 policiais militares trabalhavam no salvamento.
Segundo os bombeiros, em alguns pontos do túnel a água chegou a atingir o teto. O túnel tem cinco metros de altura.
O militar Ronaldo Ferraz, que estava no túnel no momento do alagamento, disse que a água subiu em menos de cinco minutos. "Tirei minha mulher e mais umas 15 pessoas, mas tenho certeza de que ficou gente lá dentro."
O eletricista Nilson Indiano de Souza, 25, também afirmou que várias pessoas ficaram presas dentro do túnel. Todos os motoristas ouvidos pela Folha culpam a prefeitura pelo desastre. "Toda chuva é a mesma coisa, foi o maior aperto que já passei na minha vida. Vi gente pedindo ajuda mas não pude ajudar", disse Souza.
De acordo com engenheiros do consórcio Consladel Este, responsável pela manutenção do túnel, as oito bombas de sucção que existem no local estavam funcionando normalmente. Um engenheiro que não quis se identificar disse que o problema ocorreu devido ao transbordamento do rio Tamanduateí.
Para retirar as pessoas, os bombeiros usaram cordas, barcos e até mesmo as mãos. "Tiraram o meu pai no colo", disse o engenheiro Cláudio Nascimento, que estava levando o pai, de 81 anos, para a Beneficência Portuguesa. Por volta das 19h, dois bombeiros em um barco começaram a procurar corpos que pudessem estar dentro do túnel. Mas, segundo eles, nada foi encontrado.
De acordo com o capitão Berto, a água do túnel deve baixar por volta da meia-noite. (AK e RV)

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