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São Paulo, segunda-feira, 02 de junho de 2003

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Crime rápido tem efeito duradouro

DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO

O dano psicológico causado a uma vítima de sequestro não pode ser medido somente pelo tempo em poder dos sequestradores ou pela existência ou não de cativeiro. Segundo o psiquiatra Eduardo Ferreira Santos, ao contrário do que muitos pensam, o transtorno provocado por um sequestro relâmpago pode ser igual ou até maior do que o causado por um sequestro tradicional.
A explicação está no grau de violência e no perfil das vítimas, de acordo com Santos. A violência mais intensa do sequestro relâmpago -com duração mais curta e sem cativeiro- causaria um trauma maior.
"O sequestro relâmpago me lembra o globo da morte. Aquela imagem alucinante. Não se dá trégua para a vítima. Ela fica o tempo todo sendo ameaçada", disse Santos. Dos cem pacientes acompanhados pelo programa do HC, 70 sofreram sequestros relâmpagos. As vítimas desse crime, segundo Santos, são mais jovens e mais despreparadas psicologicamente.
Houve 30 sequestros tradicionais no Estado no primeiro trimestre de 2003, 72,7% a menos do que no mesmo período de 2002. Os sequestros relâmpagos são registrados como roubo e não constam nas estatísticas oficiais.


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