|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crime rápido tem efeito duradouro
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REDAÇÃO
O dano psicológico causado a
uma vítima de sequestro não pode ser medido somente pelo tempo em poder dos sequestradores
ou pela existência ou não de cativeiro. Segundo o psiquiatra
Eduardo Ferreira Santos, ao contrário do que muitos pensam, o
transtorno provocado por um sequestro relâmpago pode ser igual
ou até maior do que o causado
por um sequestro tradicional.
A explicação está no grau de
violência e no perfil das vítimas,
de acordo com Santos. A violência mais intensa do sequestro relâmpago -com duração mais
curta e sem cativeiro- causaria
um trauma maior.
"O sequestro relâmpago me
lembra o globo da morte. Aquela
imagem alucinante. Não se dá trégua para a vítima. Ela fica o tempo
todo sendo ameaçada", disse Santos. Dos cem pacientes acompanhados pelo programa do HC, 70
sofreram sequestros relâmpagos.
As vítimas desse crime, segundo
Santos, são mais jovens e mais
despreparadas psicologicamente.
Houve 30 sequestros tradicionais no Estado no primeiro trimestre de 2003, 72,7% a menos do
que no mesmo período de 2002.
Os sequestros relâmpagos são registrados como roubo e não constam nas estatísticas oficiais.
Texto Anterior: Psiquiatra atuou no tratamento de ex-pracinhas Próximo Texto: Vítima matou família e se suicidou Índice
|