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Do lado de fora, protesto e tiros de fuzil
DA SUCURSAL DO RIO
Desesperados com a falta de
notícias, cerca de 500 parentes de
presos passaram o dia a 100 m da
Casa de Custódia de Benfica, contidos pela polícia. Vários protestos coletivos foram esboçados.
Em um deles, um PM disparou
três tiros de fuzil para o alto após
levar uma bolsada desferida pela
mulher de um detento.
No momento dos tiros, às
15h15, o PM estava cercado por
mulheres que tentavam fechar o
cruzamento das ruas Célio Nascimento e Boituva. Algumas já estavam sentadas no chão.
Com os disparos, houve pânico
e correria. Um grupo de mulheres
foi até a avenida Brasil, a cerca de
50 m, e chegou a apedrejar os ônibus que passavam.
A PM mandou reforços. Assustados, os moradores se trancaram
em casa. Na praça Padre Souza,
onde os parentes dos presos concentram-se desde sábado, houve
desmaios, crises de choro, rezas e
ofensas dirigidas aos policiais.
De manhã, já havia ocorrido um
tumulto quando um grupo de 50
mulheres arrombou o portão
principal da Escola Municipal Alice Amaral Peixoto, na tentativa de
chegar perto da casa de custódia.
A PM reagiu. Um policial ameaçou atirar contra os manifestantes. O pastor Sidney de Oliveira,
32, intercedeu por elas, dizendo
que tinham o direito de tentar obter notícias dos parentes.
Os parentes sofriam com a falta
de informações. Queriam saber se
havia uma lista de mortos.
(ST)
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