São Paulo, quarta-feira, 02 de junho de 2004

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Do lado de fora, protesto e tiros de fuzil

DA SUCURSAL DO RIO

Desesperados com a falta de notícias, cerca de 500 parentes de presos passaram o dia a 100 m da Casa de Custódia de Benfica, contidos pela polícia. Vários protestos coletivos foram esboçados. Em um deles, um PM disparou três tiros de fuzil para o alto após levar uma bolsada desferida pela mulher de um detento.
No momento dos tiros, às 15h15, o PM estava cercado por mulheres que tentavam fechar o cruzamento das ruas Célio Nascimento e Boituva. Algumas já estavam sentadas no chão.
Com os disparos, houve pânico e correria. Um grupo de mulheres foi até a avenida Brasil, a cerca de 50 m, e chegou a apedrejar os ônibus que passavam.
A PM mandou reforços. Assustados, os moradores se trancaram em casa. Na praça Padre Souza, onde os parentes dos presos concentram-se desde sábado, houve desmaios, crises de choro, rezas e ofensas dirigidas aos policiais.
De manhã, já havia ocorrido um tumulto quando um grupo de 50 mulheres arrombou o portão principal da Escola Municipal Alice Amaral Peixoto, na tentativa de chegar perto da casa de custódia.
A PM reagiu. Um policial ameaçou atirar contra os manifestantes. O pastor Sidney de Oliveira, 32, intercedeu por elas, dizendo que tinham o direito de tentar obter notícias dos parentes.
Os parentes sofriam com a falta de informações. Queriam saber se havia uma lista de mortos. (ST)


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