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"Improviso"
ajudou rebelião,
diz secretário
DA SUCURSAL DO RIO
O secretário de Administração
Penitenciária, Astério Pereira dos
Santos, reconheceu ontem que o
"improviso" do governo do Estado favoreceu a rebelião na Casa de
Custódia de Benfica (zona norte).
Segundo ele, a presença do pastor
Marcos Pereira da Silva evitou
que a polícia invadisse o presídio,
o que poderia ter resultado em
um massacre parecido com o do
Carandiru, em São Paulo.
Santos classificou como "improviso" o fato de o Estado ter
transferido quase 900 presos para
a casa de custódia ainda em obras
e sem agentes penitenciários concursados. Desde sua inauguração,
o presídio funcionava com cooperativados, a maioria ex-PMs, sem
formação profissional.
Porém, segundo o secretário, as
condições na prisão eram melhores do que as dos locais onde os
presos estavam antes.
"Eu sei que não era o ideal, mas
era o real. Posso garantir que Benfica é muito mais seguro do que a
carceragens das delegacias de Ricardo de Albuquerque, da Polinter [Polícia Interestadual], da 73ª
DP e da 76ª DP, em Niterói e São
Gonçalo, onde estavam esses presos", afirmou.
O secretário manteve suas críticas ao subsecretário de Segurança
Pública, Marcelo Itagiba, ao dizer
que Benfica, por ser uma região
residencial, não seria o local adequado para o presídio. "Pergunte
às diretoras das escolas que circundam a casa de custódia se elas
acham aquilo seguro."
Na segunda-feira, Santos e Itagiba trocaram acusações em entrevistas à rádio CBN. A discussão
levou a governadora Rosinha Matheus a convocar uma reunião entre os dois e o secretário de Segurança, Anthony Garotinho, para
contornar a crise.
O secretário negou que a chacina de pelo menos 30 presos tenha
sido causada pela disputa entre
facções criminosas rivais e disse
que desavenças pessoais entre 187
presos ameaçados de morte, recentemente transferidos para o
presídio, causaram o massacre.
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