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ADMINISTRAÇÃO
Sindicato foi à TV convocar paralisação contra Serra, que propõe reajuste de 0,01% por causa de ajuste fiscal
Servidores da Educação ameaçam parar hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Os profissionais da área de educação de São Paulo prometem parar hoje, interrompendo as aulas
de cerca de um milhão de alunos
da rede municipal de ensino.
O Simpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino
Municipal de São Paulo), que diz
representar 46 mil associados, foi
ontem à TV para convocar a paralisação, primeira do setor na administração José Serra (PSDB).
A categoria convocou também
uma assembléia geral, marcada
para as 14h, em frente à Secretaria
de Gestão, na região central. Nesse encontro será definido se a greve terá ou não prosseguimento.
Segundo o presidente do sindicato, o ex-vereador do PC do B
Cláudio Fonseca, as 1.250 escolas
da rede devem aderir. Cerca de 75
mil profissionais compõem o
quadro de ensino em São Paulo.
Eles reivindicam reajuste salarial de 34,76%, piso de três salários mínimos, entre outros itens.
A administração Serra está oferecendo um reajuste de 0,01%.
"A decisão foi tomada após várias tentativas de negociação com
o governo municipal, que vem se
mostrando inerte, sem acenar
com nenhuma perspectiva de
atender às reivindicações da categoria ou de discutir alternativas às
propostas apresentadas, a não ser
com um possível aumento absurdo e humilhante", afirma a nota
de convocação da paralisação.
Outra reclamação se refere à
aprovação da reforma da previdência municipal, que aumentou
a contribuição dos servidores ativos de 5% para 11%. O Simpeem
foi um dos principais opositores
do projeto de lei do prefeito tucano, aprovado no mês passado.
Auxiliares de Serra afirmam
não ter condições de bancar um
reajuste maior para a categoria. A
justificativa é de que o município
passa por um duro ajuste fiscal,
que derrubou os investimentos.
Irritante
"Esse desconto de 6% [diferença entre a alíquota previdenciária
cobrada antes da reforma e a
atual] é irritante", admitiu ontem
o secretário de Educação, José
Aristodemo Pinotti, que, como
deputado federal, votou contra a
reforma da previdência proposta
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva. Até o início da noite, Pinotti acreditava que era possível
reverter a paralisação.
A Secretaria de Gestão divulgou
nota na qual diz esperar que "os
profissionais em educação (...)
não tomem nenhuma atitude que
possa prejudicar a população".
A nota justifica o reajuste oferecido alegando dificuldades de caixa: "uma das intenções da pasta é
harmonizar as reivindicações da
categoria dos professores com as
reais condições da prefeitura".
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