São Paulo, quinta-feira, 02 de junho de 2005

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ADMINISTRAÇÃO

Sindicato foi à TV convocar paralisação contra Serra, que propõe reajuste de 0,01% por causa de ajuste fiscal

Servidores da Educação ameaçam parar hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

Os profissionais da área de educação de São Paulo prometem parar hoje, interrompendo as aulas de cerca de um milhão de alunos da rede municipal de ensino.
O Simpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), que diz representar 46 mil associados, foi ontem à TV para convocar a paralisação, primeira do setor na administração José Serra (PSDB).
A categoria convocou também uma assembléia geral, marcada para as 14h, em frente à Secretaria de Gestão, na região central. Nesse encontro será definido se a greve terá ou não prosseguimento.
Segundo o presidente do sindicato, o ex-vereador do PC do B Cláudio Fonseca, as 1.250 escolas da rede devem aderir. Cerca de 75 mil profissionais compõem o quadro de ensino em São Paulo.
Eles reivindicam reajuste salarial de 34,76%, piso de três salários mínimos, entre outros itens.
A administração Serra está oferecendo um reajuste de 0,01%.
"A decisão foi tomada após várias tentativas de negociação com o governo municipal, que vem se mostrando inerte, sem acenar com nenhuma perspectiva de atender às reivindicações da categoria ou de discutir alternativas às propostas apresentadas, a não ser com um possível aumento absurdo e humilhante", afirma a nota de convocação da paralisação.
Outra reclamação se refere à aprovação da reforma da previdência municipal, que aumentou a contribuição dos servidores ativos de 5% para 11%. O Simpeem foi um dos principais opositores do projeto de lei do prefeito tucano, aprovado no mês passado.
Auxiliares de Serra afirmam não ter condições de bancar um reajuste maior para a categoria. A justificativa é de que o município passa por um duro ajuste fiscal, que derrubou os investimentos.

Irritante
"Esse desconto de 6% [diferença entre a alíquota previdenciária cobrada antes da reforma e a atual] é irritante", admitiu ontem o secretário de Educação, José Aristodemo Pinotti, que, como deputado federal, votou contra a reforma da previdência proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até o início da noite, Pinotti acreditava que era possível reverter a paralisação.
A Secretaria de Gestão divulgou nota na qual diz esperar que "os profissionais em educação (...) não tomem nenhuma atitude que possa prejudicar a população".
A nota justifica o reajuste oferecido alegando dificuldades de caixa: "uma das intenções da pasta é harmonizar as reivindicações da categoria dos professores com as reais condições da prefeitura".


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