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No Pará, soldado foi obrigado a pôr a mão em fogão
DA SUCURSAL DO RIO
Os maus-tratos no Exército incluem até punições para
testar se um recruta mente
para tentar escapar de treinamentos fortes. Processos
da Justiça Militar que a Folha divulgou ontem mostram a disseminação de violência e tortura em quartéis.
É o caso do soldado Gledson Magalhães Nogueira, do
23º Comando de Brigada da
Selva, de Marabá (PA). Por
causa dos treinamentos
exaustivos a que era submetido, ficou sem movimentos
na mão direita.
Foi aberta sindicância para
apurar as razões do problema dele. Em 14 de julho de
2000, ele foi interrogado pelo
capitão Alei Salim Magluf
Júnior. Desconfiado, o oficial ordenou que Nogueira
enfiasse a mão em um fogareiro de campanha para testar a sensibilidade da mão.
Ele colocou a mão e logo a
retirou, só que Magluf Júnior o obrigou a repetir o
gesto. As queimaduras o fizeram ficar afastado do serviço por 30 dias, além de fazer tratamento psicológico.
Pela ação, o capitão foi
condenado a seis meses de
prisão, mas recorreu. Segundo as investigações, o oficial
procedeu a atos de apuração
não regulares, que incluíram
testes violentos e humilhantes visando produzir resultados lesivos no soldado.
Em 6 de dezembro de 2001,
na Escola Preparatória de
Cadetes do Exército, em
Campinas, o ainda aluno
Rafael Rubens de Queiroz
Balbi Neto recebeu o castigo
chamado "chá-de-manta".
Foi coberto por uma manta
e levou uma surra. Correu o
risco de uma hemorragia intracraniana. Dois instrutores foram condenados a três
meses de prisão.
Nove militares foram denunciados em abril de 2001
por suposta tortura contra
recrutas durante treinamento no 23º Batalhão de Infantaria, em Blumenau (SC). A
acusação diz que os recrutas
apanharam com uma vara
nas regiões glútea e lombar
na parte inferior das coxas.
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