São Paulo, Quarta-feira, 02 de Junho de 1999
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Drogas para ereção exigirão receita

da Reportagem Local

Vai ficar mais difícil comprar drogas para a impotência. O Ministério da Saúde determinou que os medicamentos à base de fentolamina sejam enquadrados na lista C1, que exige a retenção de uma cópia da receita.
A medida atinge três remédios contra a disfunção erétil que estão no mercado brasileiro há cerca de um mês - o Vasomax, da Schering-Plough, o Regitina, da Novartis e o Hevinyl, da Libbs.
O Viagra, do laboratório Pfizer, a primeira droga oral contra disfunção erétil, já era vendido com a retenção da receita.
A decisão foi publicada no "Diário Oficial" da União de segunda-feira. A Schering-Plough disse estar surpresa com a exigência, "já que os estudos clínicos que determinaram a aprovação do Vasomax indicam que o produto apresenta alto perfil de segurança".
"Estamos ainda sem saber as razões da Vigilância Sanitária", disse Rubens Pedrosa Júnior, diretor executivo da divisão farmacêutica da Schering-Plough.
O urologista Joaquim Francisco de Almeida Claro, da Universidade Federal de São Paulo, considerou de "bom senso" a decisão da Vigilância. "Todas as drogas orais contra disfunção erétil no mercado são vasodilatadoras e precisam ser mais bem conhecidas", disse.
Nos EUA, a Schering-Plough adiou por pelo menos seis meses o registro do Vasomax junto ao FDA, órgão do governo americano que controla remédios e alimentos. Segundo Pedrosa Júnior, a decisão se deve a um atraso na conclusão de alguns trabalhos científicos. "O lançamento no Canadá e na União Européia continua mantido para este ano."

Um ano de Viagra
O laboratório Pfizer comemorou ontem o primeiro aniversário da entrada do Viagra no Brasil e a venda de cinco milhões de comprimidos, com faturamento de US$ 28,8 milhões. Segundo a empresa, 100 mil casais estão se beneficiando da droga.
Nos EUA, onde foi aprovado em março de 1998, o medicamento já vendeu 70 milhões de comprimidos. Nos 66 países onde é comercializado, já faturou US$ 1 bilhão.
Ontem, a empresa divulgou uma pesquisa clínica realizada com 353 brasileiros acompanhados por oito semanas em 56 diferentes instituições. Cerca de 82% relataram "melhora significativa em suas ereções", segundo a empresa.
Outra pesquisa junto a 67% dos médicos andrologistas mostrou que 83% consideram "o produto seguro, desde que prescrito por um profissional capacitado".
Quanto aos riscos atribuídos ao Viagra, o diretor médico Valtair Pinto disse que em nenhum caso ficou provada uma relação direta entre a droga e a morte de pessoas. (AURELIANO BIANCARELLI)



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