São Paulo, quinta, 2 de julho de 1998

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Polícia apura morte de bebê durante parto em Itanhaém

FAUSTO SIQUEIRA
da Agência Folha, em Itanhaém

Um inquérito da Polícia Civil e uma sindicância do Conselho Regional de Medicina vão apurar eventuais responsabilidades sobre a morte de um bebê recém-nascido que teve a cabeça cortada durante o parto na Baixada Santista.
O caso ocorreu na última segunda-feira no Hospital Municipal de Itanhaém (a 110 km de São Paulo, no litoral sul do Estado).
De acordo com o médico responsável pelo parto, o obstetra e diretor clínico do hospital, René Rolando Arcos, a decapitação foi um procedimento médico adotado depois da morte da criança para preservar a vida da mãe, Maria da Cruz Santos Silva, 36.
Segundo ele, durante o parto, a cabeça da criança saiu, mas não foi possível retirar o resto do corpo. Depois de constatada a morte do bebê, os médicos decidiram cortar a cabeça e submeter a mãe a uma cesariana para a retirada do resto do corpo.
Segundo o pai, Xavier Veríssimo da Silva, Maria da Cruz somente recebeu a notícia no dia seguinte, por intermédio de uma psicóloga.
Ele disse que durante todo o acompanhamento pré-natal, os exames aos quais Maria da Cruz se submeteu indicavam uma gravidez normal. Embora tenha registrado a ocorrência na polícia, o pai diz não suspeitar de erro médico.
O corte da cabeça do bebê foi decorrência de uma "distocia de ombro", situação raríssima durante partos normais, afirmaram ontem médicos do hospital. Segundo eles, a criança tinha ombros desproporcionais em relação ao resto do corpo.
De acordo com eles, a mãe tinha os sinais típicos que permitiam a realização de um parto normal.
Eles disseram que uma cesariana provavelmente teria garantido a vida do bebê. A opção pelo parto normal obedeceria também orientação do Ministério da Saúde.



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