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Protesto no DF reúne PMs "sem teto"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cerca de 300 pessoas, entre elas
policiais militares, bombeiros e
familiares, fizeram ontem uma
manifestação contra a derrubada
de edificações construídas em
área pública invadida por eles em
Taguatinga (23 km de Brasília) no
início do ano.
Os 148 lotes, chamados de becos, foram invadidos por policiais
militares e bombeiros depois que
o governo do Distrito Federal
anunciou que iria distribuir terrenos na região para integrantes das
corporações. O Comando da PM,
oficialmente, diz que não sabia da
invasão. O salário bruto mais baixo das categorias é de R$ 2.000.
Em alguns terrenos, foram
construídos muros. Outros já tinham iniciado a construção de
casas. Nesta semana, segundo a
Secretaria de Segurança Pública, o
governador Joaquim Roriz
(PMDB) determinou a retirada
das construções do local.
O grupo de manifestantes interditou a avenida Hélio Prates, que
liga Taguatinga a Ceilândia, queimando pneus e usando areia
-foi despejado no local o conteúdo de dois caminhões.
O protesto começou por volta
das 7h. A liberação do local só foi
iniciada entre as 17h30 e as 18h,
quando os funcionários do governo encerraram a derrubada das
construções da área invadida.
O clima ficou tenso à tarde. Os
manifestantes gritavam palavras
de ordem e tentaram impedir a
passagem do carro em que estava
o comandante da operação de
despejo. Os policiais e bombeiros
que participavam do ato chegaram a usar máscaras e capacetes
para não serem identificados.
O Comando da PM abriu inquérito para apurar a participação de
policiais no protesto e na invasão
da área pública. A investigação
deve ficar pronta em 40 dias.
Até o início da noite, não havia
registro de confronto. A avenida,
um dos principais acessos a Ceilândia, e as ruas próximas ficaram
congestionadas principalmente
pela manhã e no final da tarde.
Nem a PM nem o Corpo de
Bombeiros intervieram no protesto, que ocorreu a poucos quilômetros do local da invasão.
A desocupação completa tem
de ser feita em três dias úteis, segundo determinação do governo
do Distrito Federal. Ontem foram
desobstruídos à força 33 lotes.
Outros 36 foram desocupados espontaneamente pelos invasores.
O trabalho será retomado na segunda. Cerca de 450 policiais e
funcionários do governo acompanharam a operação. A PF enviou agentes para acompanhar.
(LUCIANA CONSTANTINO)
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