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São Paulo, sábado, 02 de agosto de 2003

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Protesto no DF reúne PMs "sem teto"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 300 pessoas, entre elas policiais militares, bombeiros e familiares, fizeram ontem uma manifestação contra a derrubada de edificações construídas em área pública invadida por eles em Taguatinga (23 km de Brasília) no início do ano.
Os 148 lotes, chamados de becos, foram invadidos por policiais militares e bombeiros depois que o governo do Distrito Federal anunciou que iria distribuir terrenos na região para integrantes das corporações. O Comando da PM, oficialmente, diz que não sabia da invasão. O salário bruto mais baixo das categorias é de R$ 2.000.
Em alguns terrenos, foram construídos muros. Outros já tinham iniciado a construção de casas. Nesta semana, segundo a Secretaria de Segurança Pública, o governador Joaquim Roriz (PMDB) determinou a retirada das construções do local.
O grupo de manifestantes interditou a avenida Hélio Prates, que liga Taguatinga a Ceilândia, queimando pneus e usando areia -foi despejado no local o conteúdo de dois caminhões.
O protesto começou por volta das 7h. A liberação do local só foi iniciada entre as 17h30 e as 18h, quando os funcionários do governo encerraram a derrubada das construções da área invadida.
O clima ficou tenso à tarde. Os manifestantes gritavam palavras de ordem e tentaram impedir a passagem do carro em que estava o comandante da operação de despejo. Os policiais e bombeiros que participavam do ato chegaram a usar máscaras e capacetes para não serem identificados.
O Comando da PM abriu inquérito para apurar a participação de policiais no protesto e na invasão da área pública. A investigação deve ficar pronta em 40 dias.
Até o início da noite, não havia registro de confronto. A avenida, um dos principais acessos a Ceilândia, e as ruas próximas ficaram congestionadas principalmente pela manhã e no final da tarde.
Nem a PM nem o Corpo de Bombeiros intervieram no protesto, que ocorreu a poucos quilômetros do local da invasão.
A desocupação completa tem de ser feita em três dias úteis, segundo determinação do governo do Distrito Federal. Ontem foram desobstruídos à força 33 lotes. Outros 36 foram desocupados espontaneamente pelos invasores.
O trabalho será retomado na segunda. Cerca de 450 policiais e funcionários do governo acompanharam a operação. A PF enviou agentes para acompanhar. (LUCIANA CONSTANTINO)


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