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SEGURANÇA
Vítima foi seqüestrada após criminosos balearem o filho dela em uma fazenda em Santa Isabel, na Grande São Paulo; resgate não foi recolhido
Idosa de 86 anos é libertada após 2 semanas de cativeiro
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem marcas de agressões,
Ophélia Cianflone, 86, seqüestrada há duas semanas, foi libertada
na madrugada de ontem. Ela havia sido levada durante uma invasão à fazenda de seu filho, o empresário Nelson Cianflone, 63,
ocorrida no dia 18 de julho, em
Santa Isabel (Grande SP).
Cianflone foi baleado na fazenda e morreu no hospital. Os seqüestradores pediram resgate,
mas libertaram a refém sem receber o dinheiro exigido.
Ophélia foi encontrada por
PMs, por volta das 2h, deitada no
banco traseiro de uma Parati, na
rua Piemonteses, no bairro Jardim D'Abril, zona oeste de São
Paulo, segundo o delegado Douglas Dias Torres, do Garra (Grupo
Armado de Repressão a Roubos e
Assaltos) de Guarulhos, que
acompanhava a negociação. Até
então, de acordo com Torres, a
mãe não sabia da morte do filho.
Ela foi abandonada horas depois de a família ter deixado R$
11.500 em uma bolsa, perto de
uma lixeira na rodovia Raposo
Tavares. Os criminosos não foram buscar o dinheiro. "Provavelmente, desconfiaram de algo e temiam ser presos", diz o delegado.
A polícia não tinha certeza que
se tratava de um seqüestro até
quarta-feira passada, quando os
criminosos ligaram para a família
e pediram R$ 1 milhão. Na negociação, eles se contentaram em receber os R$ 11.500.
Segundo Torres, os criminosos
deixaram duas cartas, escritas por
Ophélia, em placas de rodovias
como prova de vida. Nelas, a refém contava que estava bem e pedia que a família seguisse as ordens dos seqüestradores.
Ophélia disse à polícia que o cativeiro era um lugar sujo e escuro,
com apenas um colchão. Ela também contou que não foi agredida
nem ameaçada pelos criminosos.
Ontem, ela passou por uma avaliação médica e voltou para a casa
da família. Um parente disse que
ela estava bem, mas que precisava
descansar e que a família não iria
falar sobre o caso.
Segundo a polícia, os criminosos faziam parte de uma quadrilha especializada em roubos. Eles
teriam iniciado o seqüestro porque não conseguiram levar nada
da casa da família, após a reação
de Cianflone.
De acordo com o diretor da Divisão Anti-Seqüestro, Wagner
Giudice, o aumento de casos de
roubos em residência que se
transformam em seqüestro foi
uma das características do segundo trimestre deste ano. Nesse período, ocorreram pelo menos
quatro casos, segundo Giudice.
(GILMAR PENTEADO E VICTOR RAMOS)
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