São Paulo, terça, 2 de setembro de 1997.



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Delegado estuda candidatura ao Senado

SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

O delegado Hélio Luz estuda a possibilidade de concorrer ao Senado na eleição do ano que vem.
O partido preferido de Luz é o PT. Se não conseguir a indicação, ele poderá optar pelo PSB, se decidir disputar o cargo de senador pelo Estado do Rio.
Apesar da militância antiga no PT, Luz não é filiado ao partido. Ele chegou a participar de reuniões para a elaboração do programa de segurança petista apresentado pelo candidato derrotado ao governo estadual em 1994, Jorge Bittar.
A hipótese de seguir carreira política por um partido de esquerda tem sido analisada por Luz.
Delegados ligados à Chefia de Polícia Civil estão convencidos de que Luz terá acolhida no PT caso resolva tentar o Senado.
Pelo PT, só há, até agora, uma candidatura anunciada ao Senado, a da vereadora Jurema Batista.
Hélio Luz, 51, chefiou por dois anos e dois meses a Polícia Civil, onde trabalhou nos últimos 25 anos. Antes de entrar para a polícia, Luz era funcionário concursado do BB (Banco do Brasil).
Quando assumiu o cargo, em 30 de junho de 95, Luz admitiu ter se tornado policial porque a escala de trabalho era de 24 horas de serviço por 48 horas de folga.
A declaração motivou a primeira das muitas polêmicas em que Luz se envolveu. O deputado estadual José Guilherme Sivuca disse à época que, ao revelar a razão do ingresso na corporação, Luz demonstrou não ter vocação policial.
A partir da posse, Luz acumulou brigas com adversários variados, como as entidades sindicais de policiais, a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia), o ex-governador Leonel Brizola e até o cineasta norte-americano Spike Lee (leia frases de Luz).
Foram frequentes os desentendimentos com o governador Marcello Alencar. Uma das crises foi provocada quando Luz falou sobre corrupção policial.
Segundo Luz, "a polícia nasceu para ser corrupta". Disse, ainda, que, para os pobres, o sequestro de Eduardo Eugênio Vieira Filho (filho do presidente da Federação das Indústrias do Rio) era encarado como "redistribuição de renda".



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