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CRIME
Presos em Sergipe, suspeitos integrariam quadrilha internacional; polícia pede auxílio da Interpol para investigar caso
PF prende grupo acusado de clonar celulares
EUGÊNIO NASCIMENTO
em Aracaju
A Polícia Federal prendeu na
noite de anteontem em Aracaju
(SE) o palestino Rateb A. M. Abuibaid e duas mulheres brasileiras,
cujos nomes não foram revelados.
Eles são acusados de integrar uma
quadrilha internacional de clonagem de celulares no Brasil.
A quadrilha, segundo o delegado
Kércio Silva Pinto, teria como
ponto de origem a Itália e ramificações no Canadá, China, Costa do
Marfim, Israel e países da Europa.
"É um esquema muito grande e
por isso pedimos hoje (ontem) o
apoio da Interpol nas investigações", disse Pinto.
Antes de se estabelecer em Sergipe, a quadrilha teria atuado em São
Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul,
Estados de origem dos telefones
clonados e que estavam sendo usados na base de Aracaju.
Os três detidos teriam montado
uma central telefônica em uma casa do bairro Atalaia, na zona sul de
Aracaju, para operar o sistema.
Segundo o delegado Kércio Pinto, Abuibaid pegava números de
telefones já existentes no sistema
de telefonia celular e os adotava
em outros aparelhos.
Como o novo celular não estava
cadastrado, as ligações, a maioria
internacionais, eram registradas
nas contas dos titulares das linhas.
"De posse do número dos aparelhos que queriam usar, o grupo
adotava a linha para uso comercial
internacional, normalmente entre
a 1h e as 13h, por causa dos fusos
horários. Eles controlavam 18 aparelhos celulares e nove convencionais, além de uma pequena rede de
computadores", disse.
Kércio Pinto disse que na Itália é
normal a criação de mesas operadoras de telefonia para a prestação
de serviços. "Mas aqui no Brasil
isso é proibido, principalmente,
fazendo uso de linhas que têm
usuários legais. É isso que eles terão de explicar para a Justiça".
A fixação da quadrilha no Brasil,
conforme a Polícia Federal, teria
sido motivada pelo baixo custo da
telefonia no país.
O delegado Kércio Pinto disse
que, com a mesa operadora no
Brasil, as pessoas ligadas a esse serviço da quadrilha pagavam taxas
pequenas na Itália, e o dono da linha pagava pelo serviço no Brasil.
A PF e a Telergipe Celular ainda
não calcularam os prejuízos causados aos donos dos celulares no
Brasil, mas suspeitam que a soma
seja muito elevada porque o serviço da gangue era mantido em sistema 24 horas e as ligações internacionais são mais caras que as locais.
No início da noite de ontem, o
juiz federal Edmilson Pimenta,
convocou Abuibaid para depor.
O delegado Kércio Silva Pinto
disse que Abuibaid e seu advogado
pediram para evitar o acesso da
imprensa aos presos. Eles estão detidos na sede da PF em Aracaju.
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