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Serra ameaça quebrar patente de laboratório
free-lance para a Folha
O ministro José Serra disse que
está estudando a quebra de patente de medicamentos para Aids
que, segundo ele, custam muito
caro. Há um decreto presidencial
que permite a quebra, se o remédio tiver preço abusivo. "Dois (remédios) de Aids são candidatos a
isso, mas não me pergunte o nome porque é complicado."
De acordo com Serra, a quebra
de patente "é automática" e é usada em países como o Canadá.
"Faz parte da lei." Os laboratórios
só não serão penalizados, segundo Serra, se "eles abaixarem o
preço". O ministro deixou claro
que, se os preços não caírem, vai
recorrer ao decreto presidencial e
produzi-los no Brasil.
Neste ano, o governo gastou R$
650 milhões com remédios destinados ao tratamento de Aids. Em
96, segundo Serra, o gasto foi de
R$ 40 milhões e, no próximo ano,
deverá chegar a R$ 800 milhões.
A idéia do governo, segundo o
ministro, é "impulsionar a fabricação de produtos por laboratórios oficiais, porque o preço fica
bem mais barato". Hoje, 28% do
que é gasto com medicamentos é
comprado de laboratórios públicos. O ministro disse que pretende ampliar esse índice para 70%
no ano que vem.
Na avaliação de Serra, a economia será "descomunal". "Pode ser
que a despesa (do governo) não
caia, porque o atendimento será
expandido, mas o preço por paciente será muito menor." Hoje, o
custo do tratamento por paciente
é de US$ 5.000.
Segundo Serra, o gasto com medicação vem crescendo em ritmo
exponencial, mas é compensado
pela diminuição nas despesas
com internações e tratamento de
doenças oportunistas. Dados do
ministério mostram que a redução da mortalidade entre 95 e 97
foi de 37% em função da distribuição do coquetel.
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