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VIVENDO MAIS
Número de pessoas mais velhas pode chegar a 25 milhões
Expectativa de vida no país cresce de 66 para 68 anos
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
A expectativa de vida do brasileiro aumentou de 66 anos, em
1991, para 68,1 anos, divulgou ontem o IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística). Com
isso, o instituto estima que a população acima de 60 anos de idade deve mais que dobrar até 2020.
Isso significa também que a camada em idade economicamente
ativa (acima de 10 anos, para fins
oficiais) aumentará em, pelo menos, 30 milhões de pessoas nesse
período. Atualmente, o mercado
de trabalho já não tem mostrado
crescimento compatível com o
aumento da população.
Segundo dados do IBGE divulgados ontem, o contingente "velho" da população vai passar de
25 milhões de pessoas em 2020,
ou 12% da população total, contra
7,6% (ou 12,45 milhões) em 98.
Os jovens brasileiros com menos de 15 anos, que já foram quase
metade da população nos anos 40
(42%), representarão apenas 24%
em 2020, segundo o instituto.
O IBGE apurou ainda um maior
controle da mortalidade infantil e
a redução no número de filhos gerados por mulher.
A esperança de vida atual do
brasileiro ainda está abaixo dos
padrões dos países desenvolvidos, como Japão e Canadá, onde a
longevidade da população ultrapassa 75 anos. Mas, no Brasil, alguém nascido nos anos 50 tinha
uma esperança de vida estimada,
na média, em 43,3 anos.
O IBGE projeta que a expectativa de vida no país deva passar de
70 anos em 2020. A expectativa de
vida vai se reduzindo com a idade.
Um adulto de 60 anos que queira
se aposentar hoje, por exemplo,
tem mais 17,6 anos de vida, em
média, estimada.
É esse tempo de vida que entra
no cálculo do fator previdenciário
para o tempo de aposentadoria
do trabalhador brasileiro.
O Brasil também avançou na redução do índice de mortalidade
infantil, informa o IBGE. Para cada mil crianças nascidas no ano
passado, 35,87 morriam antes de
completar 1 ano de vida. Sete anos
antes (91), a relação era de 44 óbitos para mil nascimentos.
A proporção atual ainda é de
"envergonhar", segundo Luiz Antônio de Oliveira, chefe do Departamento de População e Indicadores Sociais do IBGE. "O país
ainda tem muito o que avançar
nessa área, mas a tendência é declinante", disse. Nos anos 80, esse
índice chegava a 83,79 óbitos; nos
70, a 113,85 mortes.
A onda jovem da população
também está perdendo a força
porque as brasileiras estão tendo
menos filhos. Se, no início da década, a média era de 2,85 filhos
por mulher, a projeção do IBGE
para o próximo ano é de 2,3, tendendo a 2,14 em 2020.
Em muitos países europeus, os
nascimentos já estão abaixo do
nível de reposição -quando um
casal tem menos de dois filhos.
Segundo o técnico do IBGE, é cedo para saber se o brasileiro tende
ao mesmo comportamento.
"É infundado dizer que as famílias pobres estão cheias de filhos",
afirmou. "Não digo que o país não
esteja assolado por doenças, mas
causas mais prosaicas para a mortalidade infantil, como a diarréia,
estão mais controladas."
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