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NE tem mortalidade de América Central
da Sucursal do Rio
Os dados divulgados ontem pelo IBGE demonstram que as disparidades sociais entre as regiões
do país permanecem grandes. Na
mortalidade infantil, por exemplo, o Nordeste continua muito
pior que o resto do país.
Enquanto a média nacional foi
de 35,87 mortes por 1.000 nascimentos em 98, no Nordeste o índice atingiu 54,47 -padrão comparável ao dos países pobres da
América Central, segundo técnicos do IBGE.
Nas demais regiões, a proporção de óbitos por 1.000 nascimentos varia de 23,42 (Sul) a 33,79
(Norte).
As discrepâncias entre Sul e
Nordeste devem continuar pelos
próximos 20 anos. Segundo as
projeções do instituto, em 2020, o
índice de mortalidade infantil no
Nordeste será de 41,15 por 1.000
nascimentos, contra 18,17 no Sul.
Localidades do Nordeste chegaram a registrar índices africanos
de mortalidade infantil, de até 300
mortes por 1.000 nascimentos, segundo os técnicos do instituto.
Nos anos 50 e 60, diz o IBGE,
metade dos óbitos registrados na
região Nordeste era explicada pela mortalidade infantil.
O Centro-Oeste nunca teve um
nível elevado de mortalidade infantil devido ao perfil econômico
da região -forte em cultura de
subsistência, explica o IBGE. Ou
seja, é mais fácil uma criança pobre morrer de inanição no Nordeste do que no Centro-Oeste.
O presidente do instituto, Sérgio Besserman, diz que a instrução da mãe também influencia no
índice de mortalidade infantil:
quanto menos anos de estudo regular, maior o número de mortes
precoces entre os filhos.
Dos anos 80 para os 90, o país
todo experimentou visíveis reduções no índice de mortalidade. O
índice caiu quase à metade: baixou de 83,79 para 44,72 por 1.000
nascidos vivos.
Começaram então a receber
mais ênfase as campanhas de vacinação e de utilização do chamado soro caseiro.
Um índice de mortalidade considerado quase inato à reprodução humana é o japonês, onde
morrem quatro crianças para cada 1.000 nascimentos, de acordo
com o IBGE.
Vive-se mais no Sul
O Sul lidera em expectativa de
vida. Lá, o brasileiro, ao nascer,
pode esperar viver, em média,
70,57 anos -nível que o país todo
não deverá atingir nem em 2020,
quando a expectativa de vida será
de 70,37, segundo projeções feitas
pelo IBGE.
O Nordeste tem a menor esperança de vida (65,14 anos), mas a
diferença apurada para as demais
regiões está muito menor do que
a que foi constatada nos anos 70.
Naquela década, o nordestino ao
nascer podia esperar viver apenas
43 anos.
A evolução ocorrida nas últimas
décadas é uma boa notícia que
não deve ter reprises da mesma
grandeza. A tendência daqui para
diante é que haja avanços menores na expectativa de vida do brasileiro, porque o padrão atual já é
considerado alto, de acordo com
o instituto.
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