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EDUCAÇÃO
Faculdades de administração e direito com desempenho insatisfatório têm 6 meses para melhorar
MEC recusa renovação para 12 cursos
da Sucursal de Brasília
O Ministério da Educação vai
negar pedido de renovação do reconhecimento de 12 cursos de administração e direito, dois dos
quais estão com o vestibular suspenso até futura reavaliação.
As instituições responsáveis pelos 12 cursos receberam seis meses de prazo para satisfazer as exigências mínimas do ministério.
Esse prazo é concedido por força
da lei 9.394, de 96. No final desse
período, se as exigências não forem atendidas, os cursos devem
ser fechados.
O ministro Paulo Renato Souza
(Educação) afirmou ontem que o
ministério vai transferir os alunos
cujos cursos vierem a ser fechados. Há 6.848 alunos matriculados nesses 12 cursos.
"O objetivo do ministério não é
fechar cursos, mas, se isso vier a
ocorrer, os alunos vão ser beneficiados, porque serão transferidos
para uma instituição melhor",
disse Paulo Renato.
O MEC havia entendido que 23
cursos não atendiam aos padrões
mínimos de qualidade, conforme
indicações encaminhadas ao CNE
(Conselho Nacional de Educação), órgão de função consultiva
no ministério.
Desses 23, o CNE concordou
com o MEC em relação a 12 casos,
ainda está analisando 7 e discordou em relação a 4, concedendo a
eles a renovação do reconhecimento por um, dois ou três anos.
Paulo Renato, que não é obrigado a seguir os pareceres do CNE,
anunciou que vai homologar todos eles, mesmo os que divergirem da orientação do MEC.
Segundo a secretaria geral do
CNE, as decisões só terão validade
depois que forem homologadas
pelo ministro e publicadas pelo
"Diário Oficial" da União.
Assim, instituições cujo vestibular tenha sido suspenso poderão realizar o exame enquanto a
decisão não for oficializada. Esse é
o caso da faculdade de Olímpia
(SP), que já fez a prova.
Ao todo, o MEC analisou a situação de 101 cursos de direito,
administração e engenharia civil
que obtiveram mau desempenho
no provão ou na avaliação das
condições de oferta.
Desde maio, foram visitados 38
cursos de administração, 53 de direito e 10 de engenharia civil que
obtiveram conceitos D ou E em
três avaliações consecutivas do
provão ou que receberam conceito CI (condições insuficientes) em
dois dos três itens da avaliação
das condições de oferta.
A avaliação das condições de
oferta leva em conta a qualificação dos professores, organização
didático-pedagógica e instalações
físicas.
Dos 101 cursos, 52 demonstraram melhora e tiveram seu reconhecimento renovado pelo período de um a cinco anos, 12 receberam prazo de seis meses, 17 ainda
estão sendo analisados, 10 ainda
não foram encaminhados ao CNE
e 10 estão na jurisdição de conselhos estaduais de Educação.
Os dez cursos que ainda não foram submetidos ao CNE referem-se a instituições federais, cuja melhoria depende do MEC, que ainda não atendeu suas próprias exigências.
"Constatamos que a maioria
dos cursos apresentou avanço em
sua qualidade, passando a investir
mais na qualificação dos professores, no projeto pedagógico e nas
instalações físicas. Apenas uma
minoria não mostrou interesse
em mudar e agora terá que assumir as consequências", afirmou
Paulo Renato.
O secretário-geral do CNE, Raimundo Miranda, disse que a avaliação do conselho leva em conta
outros fatores além dos considerados pelo MEC. Miranda descartou a possibilidade de o conselho
ceder a lobbies de instituições de
ensino, deixando de seguir a recomendação do MEC.
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