São Paulo, Quinta-feira, 02 de Dezembro de 1999


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JUSTIÇA
Paciente morreu após cirurgia
Médica é condenada a pagar por erro no Rio

da Sucursal do Rio

A Justiça do Rio condenou a médica Jorama Pinto de Lima Zvaig a pagar indenização por danos morais e materiais à família do empresário Nelson Lacerda, por ter sido considerada a responsável pela morte da mulher de Lacerda, Lizette Madeira da Silva.
A advogada da família, Ana Regina Alban, disse que Lizette se internou na clínica Dra. Jorama, na Barra da Tijuca (zona sul do Rio), no dia 20 de janeiro (quarta-feira) do ano passado, para uma cirurgia plástica no abdômen. Recebeu alta dois dias depois, apesar de apresentar febre e pressão alta.
Na noite de sexta-feira para sábado, Lizette passou mal e, depois de tentar localizar a médica várias vezes -segundo a advogada, Jorama não fornece o número do seu telefone celular-, esta teria receitado por telefone que a paciente colocasse sal sob a língua e tomasse o medicamento Efortil, para pressão alta.
No domingo pela manhã, Lizette Silva piorou e foi levada para a clínica São Vicente, na Gávea, onde morreu de septicemia (infecção generalizada).
A família entrou com ação na Justiça, pois considerou que houve negligência da médica. Alban disse que a família não questiona a cirurgia em si, mas a atuação de Jorama no pós-operatório, por ter concedido alta a uma paciente com febre, sintoma de infecção, e tê-la medicado por telefone.
O juiz Werson Franco Pereira Rêgo, da 18ª Vara Cível, condenou a médica ao pagamento de R$ 10,6 mil, corrigidos, por danos materiais, e mil salários mínimos (R$ 136 mil) por danos morais.
Ele se baseou em acórdão da 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: "a obrigação do médico não acaba com a cirurgia, mas ele continua juridicamente vinculado ao devido acompanhamento do pós-operatório, sob pena de negligência".
A Folha tentou falar com Jorama, mas a secretária da clínica, Eliete, disse que ela não foi trabalhar e não deu os telefones da casa da médica nem de seu advogado.


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