WAGNER OLIVEIRA
da Agência Folha, em Curitiba

A hidrelétrica de Itaipu aumentou sua produção em 10% com o objetivo de garantir o abastecimento de energia para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que enfrentam a pior estiagem dos últimos dez anos.
A seca diminuiu 75% em média o nível dos reservatórios de água de hidrelétricas localizadas no Sudeste e Centro-Oeste, causando uma redução na produção de energia de 5% em média em usinas das duas regiões.
Municípios do oeste do Paraná começaram a conviver com o racionamento de água. A situação é mais crítica em Cascavel e Foz do Iguaçu, onde os rios que abastecem a população chegam a estar mais de 40% abaixo do normal.
Em Curitiba, a represa do Passauna abaixou 1,5 m. Para evitar o racionamento, a Defesa Civil iniciou uma campanha na cidade alertando a população para a necessidade e economia de água.
As principais hidrelétricas atingidas pela estiagem são Furnas (no rio Grande, em Minas Gerais) e Emborcação (no rio Paranaíba, em Minas e Goiás).
Para suprir o déficit de outras usinas, a hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), aumentou a produção em 1.200 mW, passando a operar com 95% de sua capacidade de produção.
O aumento de produção abaixou o nível do lago de Itaipu em quase 3 m. O gerente de operação da usina de Itaipu, Carlos Alberto Knakiewcz, disse que o reservatório é suficiente para garantir o abastecimento de energia do país até abril do ano que vem. Segundo ele, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste não correm risco de racionamento de energia durante os próximos quatro meses.
"A usina foi projetada para trabalhar com um nível de água no lago de 197 m. Hoje, estamos com 217 m, três abaixo do nível normal. É improvável que não chova nas três regiões nos próximos meses", afirmou Knakiewcz. Itaipu é responsável por 25% da produção de energia elétrica no Brasil.


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