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REMÉDIOS
Alternativas a medicamentos de marca devem ser vendidas por preços entre 30% e 55% menores
Genéricos chegam na próxima semana
JACQUELINE FARID
free-lance para a Folha
O ministro da Saúde, José Serra,
divulgou ontem no Rio os nomes
dos seis primeiros medicamentos
genéricos a serem lançados no
mercado nacional. "Esse é o começo do começo", segundo o ministro, da "guerra" aos preços
abusivos de remédios no país.
Os medicamentos devem chegar ao mercado na próxima semana, segundo os laboratórios
produtores. A EMS Indústria Farmacêutica de Hortolândia (SP),
que fará três genéricos, promete
vender os produtos já na segunda.
O laboratório Teuto Brasileiro,
em Anápolis (GO), diz que vai colocar os outros três remédios no
mercado em dez dias, até o fim da
próxima semana.
A expectativa do ministro é que
os preços sejam entre 30% e 55%
mais baratos que os produtos originais atualmente disponíveis no
mercado. Serra espera que os genéricos representem 30% a 40%
do mercado nacional de medicamentos ao final dos próximos cinco anos.
A EMS diz que seus preços devem ser 35% menores. O Teuto
diz que pode chegar a uma redução de 50%.
O laboratório EMS será responsável pela fabricação da Cefalexina (produto original Keflex, antibiótico), da Ampicilina 500 mg
(produto original Binotal, antibiótico) e da Ranitidina (produto
original Antak, comprimido para
úlcera e gastrite).
No Teuto serão fabricados os
genéricos Salbutamol (produto
original Aerolin, xarope e antiasmático), Cetoconazol (produto
original Nisoral, creme antiinfeccioso vaginal) e Furosemida (produto original Lasix, diurético injetável). Este último é só para uso
em hospitais e não será vendido
em farmácias.
Há atualmente 170 remédios
genéricos sendo testados pela
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, órgão ligado ao Ministério da Saúde. O ministro da
Saúde disse que não há prazo definido para que eles comecem a
ser fabricados.
José Serra, que visitou no Rio a
Sociedade Viva Cazuza, disse que
o Ministério da Saúde vai orientar
os médicos de todo o país a receitarem os genéricos.
No caso dos hospitais públicos
ou que trabalhem com o SUS
(Serviço Único de Saúde), serão
estudados meios legais para exigir a compra dos genéricos no lugar de remédios originais ou similares.
O ministro disse que uma das
principais preocupações do Ministério com os genéricos diz respeito a possíveis falsificações. Segundo ele, o papel desempenhado pela agência como fiscalizadora vai "impedir o ressurgimento
do banditismo".
Colaboraram a Agência Folha
e a Folha Campinas
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