São Paulo, Quinta-feira, 03 de Fevereiro de 2000


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REMÉDIOS
Alternativas a medicamentos de marca devem ser vendidas por preços entre 30% e 55% menores
Genéricos chegam na próxima semana

JACQUELINE FARID
free-lance para a Folha

O ministro da Saúde, José Serra, divulgou ontem no Rio os nomes dos seis primeiros medicamentos genéricos a serem lançados no mercado nacional. "Esse é o começo do começo", segundo o ministro, da "guerra" aos preços abusivos de remédios no país.
Os medicamentos devem chegar ao mercado na próxima semana, segundo os laboratórios produtores. A EMS Indústria Farmacêutica de Hortolândia (SP), que fará três genéricos, promete vender os produtos já na segunda.
O laboratório Teuto Brasileiro, em Anápolis (GO), diz que vai colocar os outros três remédios no mercado em dez dias, até o fim da próxima semana.
A expectativa do ministro é que os preços sejam entre 30% e 55% mais baratos que os produtos originais atualmente disponíveis no mercado. Serra espera que os genéricos representem 30% a 40% do mercado nacional de medicamentos ao final dos próximos cinco anos.
A EMS diz que seus preços devem ser 35% menores. O Teuto diz que pode chegar a uma redução de 50%.
O laboratório EMS será responsável pela fabricação da Cefalexina (produto original Keflex, antibiótico), da Ampicilina 500 mg (produto original Binotal, antibiótico) e da Ranitidina (produto original Antak, comprimido para úlcera e gastrite).
No Teuto serão fabricados os genéricos Salbutamol (produto original Aerolin, xarope e antiasmático), Cetoconazol (produto original Nisoral, creme antiinfeccioso vaginal) e Furosemida (produto original Lasix, diurético injetável). Este último é só para uso em hospitais e não será vendido em farmácias.
Há atualmente 170 remédios genéricos sendo testados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão ligado ao Ministério da Saúde. O ministro da Saúde disse que não há prazo definido para que eles comecem a ser fabricados.
José Serra, que visitou no Rio a Sociedade Viva Cazuza, disse que o Ministério da Saúde vai orientar os médicos de todo o país a receitarem os genéricos.
No caso dos hospitais públicos ou que trabalhem com o SUS (Serviço Único de Saúde), serão estudados meios legais para exigir a compra dos genéricos no lugar de remédios originais ou similares.
O ministro disse que uma das principais preocupações do Ministério com os genéricos diz respeito a possíveis falsificações. Segundo ele, o papel desempenhado pela agência como fiscalizadora vai "impedir o ressurgimento do banditismo".


Colaboraram a Agência Folha e a Folha Campinas

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