São Paulo, sábado, 03 de fevereiro de 2007

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Ex-PM nega ter participado de morte de milionário

Ex-segurança de ganhador da Mega-Sena assassinado se entregou à polícia

Anderson Silva Souza é suspeito de ter articulado em 2006 plano para seqüestrar ex-patrão; mulher dele deve se apresentar na terça

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-policial militar Anderson Silva Souza, 31, suspeito de ter efetuado os disparos que mataram o ganhador do prêmio de R$ 52 milhões da Mega-Sena, Rennê Senna, em 7 de janeiro, se entregou ontem à polícia. Ele negou participação no crime. Os investigadores do caso suspeitam que ele seja amante da viúva do milionário, Adriana Almeida.
Ex-chefe de segurança de Senna, Souza teve a prisão temporária decretada por 30 dias. Ontem, a Justiça do Rio também manteve a prisão temporária da viúva (leia texto abaixo). A mulher de Souza, Janaína Silva Oliveira, também é investigada e deve se apresentar na terça-feira. A polícia ainda procura Edney Gonçalves Pereira, outro ex-segurança do milionário e suspeito do crime.
Souza é suspeito de ter articulado um plano para seqüestrar Senna no ano passado. O plano teria sido descoberto pelo policial militar David Vilhena da Silva, que contou tudo ao milionário. Uma semana depois, Vilhena da Silva foi morto. A polícia investiga a conexão entre os dois crimes.
Ao se apresentar, Souza foi autuado também por portar uma carteira falsa de perito judicial. Segundo o titular da Delegacia de Homicídios, Roberto Cardoso, a situação dele é complicada. "As evidências contra ele estão vindo à tona", afirmou o policial sem, no entanto, revelar as provas que teria.
O único indício do suposto envolvimento do ex-PM no caso apresentado até agora seria de uma vingança contra o milionário por ter sido demitido de maneira agressiva por ele.

"Tranqüilo"
O ex-PM disse ser inocente. Afirmou que trabalha como perito grafotécnico, estuda direito e faz estágio no escritório de seu advogado, Júlio Braga, em Niterói. Ele foi expulso da corporação há seis anos por porte ilegal de armas, mas recorreu e espera decisão da Justiça.
Souza se disse vítima de uma injustiça. "O fato de ser ex-PM não pode me perseguir pelo resto da vida. Estou tranqüilo e sei que nada devo", afirmou.
Sobre um possível romance do cliente com Adriana Almeida, Braga ironizou. "A polícia pode falar o que quiser. Quero ver provar", afirmou.
Braga afirmou que o ex-PM resolveu se apresentar após ver seu nome nos jornais. Apesar de o mandado de prisão contra ele ter sido expedido pela Justiça no dia 25, o advogado disse que o cliente não foi notificado. A polícia afirmou tê-lo procurou em sua casa, em São Gonçalo, e em outros endereços, mas não o encontrou.


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