São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Obra noturna incomoda moradores na Angélica

Prefeitura autoriza serviços da Eletropaulo durante toda a madrugada

Moradores se queixam do excesso de barulho e promotor aponta possível ilegalidade no horário da obra

CRISTINA MORENO DE CASTRO
DE SÃO PAULO

Uma obra da Eletropaulo ao longo de três quarteirões da avenida Angélica está tirando o sono dos moradores de Santa Cecília (centro). Motivo: ela ocorre todos os dias das 22h às 5h e em boa parte dos finais de semana.
A substituição e modernização dos cabos de fiações subterrâneas começou na Brigadeiro Galvão em novembro e agora está próxima à alameda Barros. Deve terminar apenas em março.
Segundo a Eletropaulo, o horário foi estabelecido pela prefeitura, para minimizar o impacto no trânsito.
Para o promotor do Meio Ambiente Edward Ferreira Filho, a lei estabelece silêncio entre as 22h e as 6h e o trânsito não pode justificar o descumprimento da norma. "O trânsito tem que ser considerado, mas não dá carta branca para que a prefeitura opere durante várias noites incessantemente."
Moradores reclamaram que, com o calor, não podem nem fechar as janelas para amenizar o transtorno.
"Essa obra está me matando", disse Priscila Salomão, 27. Ela e o marido agora dormem quatro horas por noite.
Sua filha, de um ano e 11 meses, custa a pegar no sono, chora e volta a acordar no fim da madrugada, quando operários põem tampas metálicas sobre os buracos.
Em outro prédio, Raquel Rogoschewski, 37, diz que os filhos, de três e seis anos, também estão tendo dificuldade para dormir. "A gente não foi avisado. Se tem que ser à noite, que ao menos não seja a noite toda", afirmou.
José Ricardo Campelo, presidente da Associação Santa Cecília Viva, disse que enviará ofício à Eletropaulo.
A Eletropaulo diz que a obra faz parte de um projeto complexo, de R$ 3,4 milhões, que foi pensado para não interferir no trânsito da região.
A prefeitura disse que algumas obras são realizadas preferencialmente à noite para não prejudicar o trânsito e minimizar os transtornos à população.


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