São Paulo, quarta, 3 de fevereiro de 1999

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TELEFONE "COMUNITÁRIO'
Conta de R$ 467 incluía até ligação para a África
Linha de cliente se 'muda' para orelhão

da Reportagem Local

O escritório da advogada que conseguiu na Justiça o conserto de seu telefone está a apenas 50 metros do apartamento de outra vítima da Telefônica, a aromaterapeuta Rita Borges, 42.
Ao contrário da advogada, cujo problema surgiu depois de pedir para que trocassem o número de seu telefone, Rita não solicitou nenhum serviço à Telefônica.
Só que, de repente, clientes e amigos que ligavam para ela passaram a ser atendidos por estranhos, em um orelhão na esquina de sua casa. Enquanto isso, na sala de estar, o telefone ficou mudo.
Sua linha havia sido transferida para um telefone público. Isso aconteceu no último dia 8.
"Naquela tarde, o telefone fazia uns barulhos estranhos, tocava esquisito. Quando eu atendia, uma voz dizia: "Telefônica fazendo manutenção de rede.'"
Depois disso, as vozes só voltaram no dia 16, quando ela foi à companhia telefônica disposta a acampar em frente à atendente. "Duas horas depois, meu telefone estava funcionando."
Não foi a primeira visita de Rita à Telefônica desde que o problema apareceu. E não seria a última. No último dia 26, apareceu a conta telefônica: R$ 467.
O valor não a surpreendeu. Afinal, muita gente no bairro comentava sobre "o orelhão que fazia ligação grátis", e houve até fila para usar o aparelho.
A conta diz tudo. Só no dia 13, houve 66 ligações interurbanas e internacionais, fora os impulsos normais. Às 7h02 do dia 14, alguém passou 10 minutos no telefone falando com Guiné-Bissau (África), ao custo de R$ 33,04.
Rita voltou à companhia. "É triste ter de dar vexame, fazer gritaria, para alguém te ouvir."
Anteontem, a companhia quitou o débito com sua cliente.
Mas, apesar de tudo, Rita não pretende ir à Justiça.
A Telefônica não se pronunciou sobre o caso até as 19h30 de ontem. (RV)



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