|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEFONE "COMUNITÁRIO'
Conta de R$ 467 incluía até ligação para a África
Linha de cliente se 'muda' para orelhão
da Reportagem Local
O escritório da advogada que
conseguiu na Justiça o conserto
de seu telefone está a apenas 50
metros do apartamento de outra
vítima da Telefônica, a aromaterapeuta Rita Borges, 42.
Ao contrário da advogada, cujo
problema surgiu depois de pedir
para que trocassem o número de
seu telefone, Rita não solicitou
nenhum serviço à Telefônica.
Só que, de repente, clientes e
amigos que ligavam para ela passaram a ser atendidos por estranhos, em um orelhão na esquina
de sua casa. Enquanto isso, na sala de estar, o telefone ficou mudo.
Sua linha havia sido transferida
para um telefone público. Isso
aconteceu no último dia 8.
"Naquela tarde, o telefone fazia
uns barulhos estranhos, tocava
esquisito. Quando eu atendia,
uma voz dizia: "Telefônica fazendo manutenção de rede.'"
Depois disso, as vozes só voltaram no dia 16, quando ela foi à
companhia telefônica disposta a
acampar em frente à atendente.
"Duas horas depois, meu telefone estava funcionando."
Não foi a primeira visita de Rita
à Telefônica desde que o problema apareceu. E não seria a última. No último dia 26, apareceu a
conta telefônica: R$ 467.
O valor não a surpreendeu. Afinal, muita gente no bairro comentava sobre "o orelhão que fazia ligação grátis", e houve até fila
para usar o aparelho.
A conta diz tudo. Só no dia 13,
houve 66 ligações interurbanas e
internacionais, fora os impulsos
normais. Às 7h02 do dia 14, alguém passou 10 minutos no telefone falando com Guiné-Bissau
(África), ao custo de R$ 33,04.
Rita voltou à companhia. "É
triste ter de dar vexame, fazer gritaria, para alguém te ouvir."
Anteontem, a companhia quitou o débito com sua cliente.
Mas, apesar de tudo, Rita não
pretende ir à Justiça.
A Telefônica não se pronunciou sobre o caso até as 19h30 de
ontem.
(RV)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|