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BCP cobra por segunda linha gratuita
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
A BCP Telecomunicações emitiu
faturas cobrando por linhas de telefone celular que prometeu dar
aos assinantes.
De acordo com uma promoção
amplamente divulgada pela empresa no final do ano, os donos de
celulares BCP que adquirissem
uma segunda linha entre os dias 26
de novembro e 31 de dezembro
não pagariam a taxa de habilitação
dos aparelhos (R$ 317,90).
As primeiras faturas de serviços
dessas novas linhas chegaram em
janeiro à casa da maioria dos assinantes. Em muitas contas, porém,
além dos impulsos previstos, figuram dívidas referentes à habilitação, que deveria ser gratuita.
A BCP admite a irregularidade e
atribui a cobrança a "falhas operacionais decorrentes do grande volume de clientes da promoção".
A empresa, no entanto, alega
questões estratégicas e não divulga
quantas linhas foram habilitadas
na campanha nem quantos clientes receberam faturas excessivas.
A BCP opera a banda B do prefixo 011 de telefonia móvel de São
Paulo, onde tem 850 mil clientes.
A empresa afirma que os assinantes que receberam a cobrança
irregular devem entrar em contato
com a central de atendimento.
Quem ainda não saldou a fatura
vai ser orientado a fazer um pagamento parcial (só dos impulsos telefônicos). Os clientes que já pagaram, por débito automático ou nos
caixas bancários, terão o montante
abatido nas próximas contas.
As soluções apresentadas pela
empresa, no entanto, nem sempre
significam o fim da dor de cabeça
dos assinantes lesados.
A vendedora Simone Vieira Silva, 25, adquiriu uma segunda linha
BCP na promoção e recebeu uma
fatura no começo de janeiro, a qual
apontava débito da habilitação.
Simone ligou para a central de
atendimento e foi aconselhada a
pagar somente os impulsos da
conta. A vendedora seguiu a orientação, mas as duas linhas da família foram cortadas na noite do dia
23, só voltando a funcionar quatro
dias depois, após nova queixa.
Segundo a BCP, nesse caso, ocorreu um "erro em cima do erro", e o
valor proporcional aos dias em
que o telefone ficou fora de serviço
será descontado na taxa de assinatura da próxima conta de Simone.
O Procon (Fundação de Proteção
e Defesa do Consumidor) está
orientando os consumidores a,
inicialmente, tentar um acordo
com a empresa. Quem chegou a
pagar a fatura, porém, pode pedir
na Justiça reembolso do dobro do
valor cobrado irregularmente, como prevê o artigo 42 do Código de
Defesa do Consumidor.
Nos casos em que a linha foi cortada, cabe ainda uma ação por perdas e danos se o cliente conseguir
comprovar prejuízos financeiros.
Central de atendimento BCP: 5509-6955; Procon: 1512
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