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São Paulo, segunda-feira, 03 de março de 2003

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Também da zona leste, a Leandro de Itaquera ousou ao sair com mulheres grávidas e um casal de strippers

Nenê deixa a torcida em pé no Anhembi

Gilberto Marques/Folha Imagem
Carro alegórico da Nenê de Vila Matilde, que fez homenagem para o escritor e cartunista Ziraldo e foi a escola que mais empolgou o público na segunda noite de desfiles


DA REPORTAGEM LOCAL

Com um enredo que homenageou o cartunista e escritor Ziraldo, a Nenê de Vila Matilde foi a escola de samba que mais agitou o Sambódromo do Anhembi na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval paulistano.
Seu samba-enredo contagiou a arquibancada, e a escola fez uma apresentação colorida, tendo como convidados, além de Ziraldo, outros famosos nascidos em Caratinga (MG) -cidade natal do cartunista-, como os cantores Agnaldo Timóteo e Wanderléia.
A madrugada de ontem também foi marcada pela ousadia da Leandro de Itaquera. Para falar sobre o direito de todos à qualidade de vida, a escola levou para a avenida um casal de strippers e um carro com mulheres grávidas.
A escola retratou ainda Luiz Inácio Lula da Silva como um rei com um prato na mão, em alusão ao programa Fome Zero.
Também se apresentaram a Império da Casa Verde, a Unidos do Peruche, a Camisa Verde e Branco, a Mocidade Alegre e a X-9 Paulistana. Como na primeira noite, não houve incidentes graves. A escola campeã será conhecida amanhã no sambódromo.

Superação
Das sete escolas que se apresentaram, só uma admitia estar apenas tentando permanecer no Grupo Especial: a Unidos do Peruche, que falou sobre o Vale do Paraíba e o litoral norte do Estado.
Depois de um incêndio que, há duas semanas, destruiu dois carros e fantasias da escola, a Peruche fez um desfile de superação, sem luxo, mas com animação.
A noite começou bem com a Império da Casa Verde, que surpreendeu ao contar a história de Nhô João -ex-escravo que viveu em Sorocaba e ficou conhecido por seus poderes de cura.
"Viemos para ficar", disse o diretor de harmonia, Reginaldo Teixeira, o Nenê. A escola agradou até aos adversários, como a presidente da Camisa Verde Branco, Magali dos Santos.
A Camisa homenageou o líder da Revolta da Chibata, João Cândido, num desfile luxuoso e que contou com o apoio da torcida. Teve, porém, de deixar a bateria parada perto da dispersão para não sair muito antes do tempo.
A X-9 Paulistana e a Mocidade Alegre fizeram desfiles de excelência técnica: a primeira falou sobre o rio Pinheiros e a segunda, sobre os orixás das águas.
(ALENCAR IZIDORO, JOÃO CARLOS SILVA, MARIANA VIVEIROS E PALOMA COTES)


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