DA SUCURSAL DO RIO

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Proteção ao Vôo, que representa os controladores civis de tráfego aéreo, aprovou ontem em assembléia o estado de greve na categoria. Eles aguardam em serviço o cumprimento por parte do governo federal do acordo feito com controladores militares na madrugada de sábado. Em 15 dias, haverá uma nova assembléia para avaliar a situação.
Os civis representam cerca de 20% dos controladores. Eles também apóiam a desmilitarização do setor, um dos pleitos dos militares que fizeram motim, e o aumento de salários.
O estado de greve permite que seja convocada uma assembléia em 48 horas. Pelo estatuto do sindicato, sem a aprovação deste estado de greve, a assembléia só poderia ser marcada com dez dias de antecedência. O sindicato informou, no entanto, que os controladores civis deverão trabalhar normalmente na Semana Santa.
"A categoria está mobilizada e atenta a todos os acontecimentos. Caso haja um recuo do governo, a assembléia vai ser convocada antes destes 15 dias", disse o presidente do sindicato, Jorge Botelho.
A mesma decisão foi tomada em assembléia em Brasília. Segundo Botelho, a orientação deve ser seguida por todos os controladores civis do país. "Estamos dando um voto de confiança à promessa do governo de abrir negociações para debater todos os problemas da categoria", disse.
Sobre o fato de a greve ter causado grandes filas nos aeroportos, ele afirmou que "a Constituição dá este direito [de fazer greve]". "Polícia faz greve. Juiz faz greve. Eles podem? Não. Controlador de vôo pode. Eu sou civil, não sou militar."
Ele disse que os controladores civis também pararam na sexta-feira por não ter condições de manter o sistema sozinhos. "Numa equipe com 28 pessoas, por exemplo, apenas três ou quatro são civis."


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