São Paulo, quarta, 3 de junho de 1998

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ACIDENTE
Desabamento da ampliação do Instituto de Psicologia deixou também duas pessoas feridas
Obra desaba na USP e mata operário

da Reportagem Local

Uma obra de ampliação do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo desabou, matou uma pessoa que trabalhava no local e deixou duas levemente feridas.
De acordo com testemunhas, o carpinteiro Severino Alves de Souza, 45, foi soterrado por uma viga de madeira.
O Fundo de Construção da Universidade de São Paulo (Fundusp), responsável pelas obras na universidade, divulgou uma nota ontem à tarde informando que o acidente ocorreu quando era executada a concretagem da obra, isto é, quando pilares, vigas e lajes eram simultaneamente enchidos com concreto.
Ainda segundo a versão do Fundusp, por volta das 14h35, pouco depois do início da concretagem, o escoramento (usado para evitar desabamentos) teria se rompido e causado o acidente.
O Fundusp afirma ter alertado o mestre-de-obras, Valdir (seu sobrenome não foi divulgado), de que a concretagem simultânea era perigosa.
Segundo o órgão, a empresa Built Construções e Comércio Limitada era a única responsável pela operação.
A Folha tentou se comunicar com a empresa, mas obteve a informação de que nenhum membro da diretoria estava lá para falar no assunto.

Gritaria

O aluno do 1º ano de psicologia Marcelo Álvares, 19, estava sentado próximo ao local do desabamento conversando com amigos quando ouviu um barulho. "Fomos correndo para lá. Estava uma gritaria."
Segundo o estudante, ele e alguns colegas derrubaram um tapume para chegar ao local. Eles afirmaram ter encontrado Souza ainda vivo.
Álvares disse também que o mestre-de-obras teria fugido após o desabamento.
Eles tentaram retirá-lo dos escombros, mas não conseguiram. Os estudantes disseram que o ambulância do Hospital Universitário chegou tarde ao local.
A Polícia Militar afirmou ter chegado ao Instituto de Psicologia da USP seis minutos após o acidente e ter encontrado o carpinteiro já morto.
Um cunhado de Souza, Fernando Medeia, 36, também carpinteiro, disse que Souza tinha 20 anos de profissão. Ele culpou a empresa pelo acidente na USP e pela morte do cunhado.



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