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Prova do ensino médio pode ter distorções
SIMONE CAVALCANTI
da Sucursal de Brasília
O primeiro Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que
acontece no dia 30 de agosto e será
realizado em 178 municípios, pode começar com algumas distorções. Enquanto três Estados vão
financiar a taxa de inscrição da
prova (R$ 20) para todos os alunos da rede pública estadual, três
irão bancar os custos para parte
dos estudantes e 20 Estados não
pagarão.
As secretarias de Educação dos
Estados de Pernambuco, de Minas
Gerais e de Santa Catarina vão pagar a taxa para 12 mil, 30 mil e
1.000 alunos, respectivamente.
O MEC (Ministério da Educação) não informou quais os critérios de seleção para os estudantes
que receberão o benefício.Os Estados do Maranhão, Paraná e Rio de
Janeiro assumiram o pagamento
para todos os alunos que estão terminando o segundo grau neste
ano e queiram fazer o teste.
O ministro Paulo Renato Souza
(Educação) afirmou que os resultados dos exames não serão divulgados abertamente e não haverá
análise comparativa de desempenho entre os Estados.
Para ele, a avaliação tem como
objetivo medir o grau de conhecimento dos alunos e suas habilidades de raciocínio para lidar com
problemas cotidianos. Caso o estudante queira, ele poderá usar o
resultado do exame para anexar
ao currículo quando for ingressar
no mercado de trabalho.
Diferente do "Provão", exame
obrigatório para alunos de alguns
cursos de ensino superior, o Enem
será voluntário.
A prova deverá conter 63 questões divididas em três partes com
21 perguntas cada, além de uma
quarta parte que inclui redação.
Segundo o ministro, a prova tem
como objetivo aumentar o grau de
importância da habilidade e competência básica que o aluno deve
ter adquirido durante o curso.
Ou seja, o Enem visa avaliar qual
é a capacidade do estudante de resolver problemas práticos e a capacidade de raciocínio abstrato,
sem ficar preso aos conteúdos básicos curriculares.
"O principal objetivo é abrir os
horizontes e não especializar os
alunos", disse.
De acordo com o ministro, o
exame também poderá ser mais
uma alternativa para o ingresso do
estudante na universidade. "Algumas universidades já consentem que o aluno use o resultado do
exame para eliminar a primeira fase do vestibular."
A expectativa do MEC é que
aproximadamente 400 mil alunos
façam a prova.
Esse número corresponde a um
terço dos concluintes do segundo
grau neste ano no Brasil, que somam 1,2 milhão. Os interessados
em participar do exame poderão
fazer inscrições de 15 a 26 de junho
nas agências do Banco do Brasil.
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