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Viagra
diagnostica
impotência
RODRIGO VERGARA
enviado especial a San Diego (EUA)
O Viagra transformou-se em um
dos principais métodos de diagnóstico da impotência sexual embora tenha sido criado para tratar
a doença.
O medicamento está sendo utilizado com essa função por médicos
de todo o mundo e foi recomendado por um dos maiores especialistas em impotência dos EUA, o
urologista Ton Lue, professor da
Universidade de San Francisco.
Lue apresentou suas impressões
sobre o medicamento como diagnóstico ontem, em um debate no
93º Encontro da Associação Norte-Americana de Urologia, que
ocorre em San Diego, Califórnia.
O Viagra está sendo usado para
descartar problemas vasculares
que possam obstruir o fluxo de
sangue para o pênis.
Antes do surgimento da pílula,
esse tipo de diagnóstico só podia
ser feito por meio de métodos
mais agressivos ou mais caros, como injeções de prostaglandina no
pênis, que induzem a ereção, ultra-sonografia arterial, ou aparelhos que medem a rigidez durante
as ereções noturnas (Rigiscan).
Segundo a Pfizer, fabricante do
Viagra, as doenças cardiovasculares são responsáveis por 14% dos
casos de impotência, pelo menos
nos 4.500 homens analisados na
fase de pesquisa do medicamento.
"Não vejo nenhum problema
em prescrever o remédio para um
paciente que se queixa de impotência para verificar se ele tem
problemas vasculares", disse Lue.
Ele, no entanto, diz que, ainda
assim, o medicamento deve ser
precedido por testes que indiquem
se o remédio pode ser usado pelo
paciente. "O histórico do paciente
é importante. Além disso, não sabemos qual o efeito do Viagra em
uso prolongado."
A Pfizer, empresa fabricante do
Viagra, diz que os últimos estudos
apresentaram os mesmos resultados quanto a efeitos colaterais:
16% dos pacientes têm dor de cabeça, 10% apresentam rubor nas
faces e 3%, alterações na visão.
A empresa anunciou que continua fazendo testes de longo prazo
e pesquisas sobre o tratamento de
disfunções sexuais em mulheres.
Sobre as seis mortes de usuários
do Viagra que estão sendo investigadas pelo FDA (órgão do governo dos EUA que controla os medicamentos), há evidências de que
pelo menos duas delas foram causadas pelo uso do remédio combinado com medicamentos à base de
nitratos, disse anteontem J. Feczko, diretor da Pfizer.
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