São Paulo, quarta-feira, 03 de julho de 2002

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Membro que não ajudar detento é condenado à morte

DA SUCURSAL DO RIO

Todos os integrantes do CV em liberdade são obrigados a ajudar os cúmplices presos. Caso contrário, são "condenados à morte sem perdão". A regra faz parte de um estatuto de 13 itens do CV que foi apreendido pelo governo estadual no sistema penitenciário do Rio.
Segundo a polícia, alguns integrantes da ala jovem da facção, como o traficante Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, é contra esse tipo de ação.
O estatuto foi elaborado no dia 12 de fevereiro. Ele proíbe disputas entre os membros da facção. "Qualquer amigo que tentar contra a vida de outro amigo pagará com a vida", afirma o texto. Outra proibição prevista no documento é a de traficantes do CV acumularem dívidas com os fornecedores. "Ele estará sujando o nome do Comando Vermelho. Isso é luta, é vida, é história, é sangue."
O estatuto incita a prática de rebeliões e de resgate ao mencionar que a prioridade é a "liberdade a qualquer custo".
O documento obriga os integrantes da facção a entrar em confronto com a polícia. Quem não cumprir poderá ser expulso do grupo, adverte o documento. "Cada um responsável pela sua área é designado para cumprir uma missão contra a opressão. Pois a organização terá o seu braço armado para qualquer ação que venha atingir nossa família."
A aliança com o PCC é citada: "Deixamos clara a nossa amizade pelo PCC".
O estatuto relata que o CV surgiu no presídio da ilha Grande a partir do contato de criminosos comuns com presos políticos e que a atuação da facção é inspirada em Rogério Lengruber, o Bagulhão, morto há dez anos. (MHM)



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