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Polícia volta ao local onde jornalista foi morto
DA SUCURSAL DO RIO
No dia em que a morte do jornalista Tim Lopes completou um
mês, a Polícia Civil do Rio voltou a
fazer buscas na favela Vila Cruzeiro (zona norte da cidade) na tentativa de capturar o traficante
Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, apontado como o principal
responsável pelo crime.
A operação de ontem, que contou com cerca de 60 policiais de
cinco delegacias, fracassou. Não
houve apreensões de armas nem
de drogas. Quatro suspeitos foram detidos, mas acabaram soltos
por falta de provas.
O inspetor Daniel Gomes, da
22ª Delegacia de Polícia, que coordenou a operação, disse que recebeu a informação de que Elias
Maluco e três membros de sua
quadrilha estariam na favela.
Dos oito suspeitos de ter participado do crime, a polícia informou
que já conseguiu prender quatro.
DNA
É aguardada para esta semana a
divulgação do exame de DNA nas
sete ossadas encontradas no cemitério clandestino no alto da favela da Grota, no complexo do
Alemão (zona norte).
O chefe da Polícia Civil, delegado Zaqueu Teixeira, sustenta que
uma delas é do jornalista.
Lopes desapareceu na noite do
dia 2 de junho quando fazia uma
reportagem para a Rede Globo
sobre um baile funk na Vila Cruzeiro, onde haveria consumo de
drogas e sexo explícito praticado
por menores de 18 anos. Segundo
a polícia, ele foi capturado e morto pelo bando de Elias Maluco.
Ato
Um ato ecumênico foi celebrado ontem na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no
centro do Rio, para lembrar um
mês do assassinato do jornalista.
O ato também teve o objetivo de
protestar contra o fato de a polícia
ainda não ter conseguido localizar o corpo de Lopes nem prender
os responsáveis pelo crime.
Para Nacif Elias Hidd Sobrinho,
presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, "é incompreensível" a lentidão nas investigações.
"Se você sabe quem são eles [os
responsáveis", por que não se
prendeu ainda esse bando?"
Em discurso, o presidente da
ABI, Fernando Segismundo, caracterizou a celebração como um
"ato de protesto". "Não queremos
vinganças primitivas -olho por
olho, dente por dente. Queremos
que os bandidos sejam presos e
julgados", afirmou.
A viúva de Lopes, Alessandra
Wagner, 34, leu um breve texto
em que pedia que os 170 milhões
de brasileiros que torceram pela
seleção voltem às ruas para "exigir justiça; para clamar por paz".
Também participaram a mãe do jornalista, Maria do Carmo
Lopes do Nascimento, e a ex-mulher, Sandra Quintella.
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