São Paulo, terça-feira, 03 de julho de 2007

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Corregedoria diz que policial tem direito de defesa

DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de afirmar que existem "fortes indícios" de pagamento de propina, o corregedor-geral da Polícia Civil, Francisco de Souza Campos, disse ontem não haver necessidade de prisão dos policiais suspeitos de envolvimento no esquema de caça-níqueis e anunciou apenas a transferência dos dois para serviços burocráticos.
Ao falar sobre a busca na casa de Fernando Barreto Ferrara, que resultou na apreensão de R$ 168 mil e US$ 1.123, Campos não quis citar o distrito no qual o policial atua -o 15º (Itaim Bibi).
"Eu prefiro manter em sigilo essa informação para preservar a imagem do policial. É altamente suspeita a origem do dinheiro, mas o policial tem o direito de se explicar", disse Campos.
Ele reconheceu que as provas são fortes. "Existe uma fotografia altamente suspeita que dá a entender que é pagamento de propina." Mesmo assim, Campos descartou o pedido de prisão. "Eles estão coagindo testemunhas? Se ocorrer, é um fato sim [para justificar a prisão] de preventiva."
Segundo Campos, os investigados foram afastados de cargos de chefia e transferidos para funções burocráticas. Disse ainda que os policiais foram convocados para prestar depoimento à Corregedoria e afirmou já existir "fortes indícios" para o indiciamento -acusação formal- dos investigadores.
Segundo a delegada Cintia Maria Quaggio, responsável por investigar a ligação de policiais com o advogado Jamil Chokr, Ferrera e o investigador Herbert Gonçalves Espuny não foram citados até agora no inquérito da Corregedoria. Nas anotações apreendidas com Chokr, porém, aparecem números telefônicos em nomes de "Herbert" e "Fernando" que ainda estão sendo analisados.
Informalmente, Ferrara disse às pessoas que cumpriram o mandado de busca que R$ 100 mil eram de sua irmã, da venda de um caminhão, R$ 15 mil eram da venda de uma moto dele e, o restante, de bicos e economias. (AC e GP)


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