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Governo elogia diretor de presídio que confinou presos
Elogio a Araraquara está em resolução oficial de SP
GUILHERME CAMPOS
DA FOLHA RIBEIRÃO
O governo do Estado elogiou
oficialmente, por meio de resolução, servidores e o diretor da
Penitenciária de Araraquara,
Roberto Medina, pela atuação
após a rebelião de junho de
2006, que destruiu o presídio,
provocou o confinamento de
1.400 detentos onde cabiam
160 e levou o Brasil ao banco
dos réus da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
O elogio oficial veio em resolução assinada pelo secretário
da Administração Penitenciária, Antônio Ferreira Pinto, no
dia 19 de junho, um ano após o
motim liderado pelo PCC.
O texto "concede elogio ao
bacharel Roberto Medina, diretor-geral da Penitenciária de
Araraquara", e aos servidores
daquela unidade pelo "seu elevado espírito público, lealdade
e dedicação, nos momentos angustiantes que se sucederam,
por longo período, à rebelião".
A resolução completa que os
servidores, "com igual dedicação, levaram a bom termo a
missão que lhes foi atribuída".
Após a rebelião, a direção do
presídio mandou confinar os
presos em um único pavilhão,
que não comportava nem 10%
dos detentos. As portas do local
foram lacradas, e alimentos e
medicamentos eram entregues
aos presos por meio de cordas
lançadas pelo teto.
A ida a julgamento na Corte
Interamericana de Direitos
Humanos foi motivada após
denúncias de entidades de direitos humanos, além do Ministério Público Estadual.
No final, o órgão baixou resolução com 11 recomendações
para o governo restituir os direitos básicos dos presos.
Segundo Roberto Fiori, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Araraquara, o elogio ao diretor e aos
funcionários é mais do que
bem-vindo. "O que levou o Brasil a ser condenado foi a falta de
capacidade do Estado em resolver a situação. O diretor do presídio não tinha como resolvê-la
sozinho." Procurada, a Secretaria da Administração Penitenciária não quis se manifestar.
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