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MORTE NA PISCINA
Por falta de provas, estudante suspeito de participação em morte de calouro foi liberado sem ter sido indiciado
Aluno da USP é libertado após 5 dias preso
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
O estudante de medicina da USP
Frederico Carlos Jana Neto, o Ceará, foi libertado ontem, depois de
passar cinco dias preso em São
Paulo para investigação de sua suposta participação na morte do calouro Edison Hsueh. Por falta de
provas, o estudante foi liberado
sem ter sido indiciado (acusado
formalmente) pelo crime.
O principal motivo que levou a
polícia a pedir que a Justiça decretasse a prisão temporária do estudante foi uma fita de vídeo entregue ao delegado que investiga o caso, Marcelo Damas. No vídeo, Ceará aparece afirmando, em tom de
brincadeira, ser o assassino do calouro.
Edison Hsueh foi encontrado
morto no dia 23 de fevereiro deste
ano, na manhã seguinte ao churrasco de recepção dos calouros, na
Associação Atlética Oswaldo Cruz,
o clube dos alunos da Faculdade de
Medicina da USP.
O delegado Damas justificou o
não-indiciamento de Ceará por
falta de provas que o ligassem à
morte do calouro (leia abaixo).
Ceará foi posto em liberdade às
16h50, após ser ouvido como testemunha pelo delegado Marcelo Damas, no DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa),
no bairro da Luz (centro).
O depoimento do estudante foi
acompanhado por seus advogados, José Roberto Batochio e Guilherme Batochio.
Na saída, Ceará negou que tenha
tido participação na morte do calouro e afirmou que a declaração
que fizera na gravação foi uma
"brincadeira de mau gosto" (leia
texto abaixo).
O rapaz permaneceu detido na
mesma cela que havia sido ocupada pelo motoboy Franciso de Assis
Pereira, o maníaco do parque.
Na fita, gravada no dia 20 de
abril, na cervejaria Santa Cerva, no
Tatuapé (zona leste de São Paulo),
Ceará aparece dizendo "eu sou o
assassino do calouro da USP".
O advogado José Roberto Batochio disse que a prisão temporária
por cinco dias de Ceará representou "uma violação ao direito de liberdade do rapaz".
"A nossa liberdade é muito importante para ficar nas mãos de
pessoas que não manuseiam o instrumental jurídico com a devida
cautela", afirmou o advogado.
Após deixar a prisão, Ceará foi
encaminhado ao IML (Instituto
Médico Legal) para a realização de
exame de corpo de delito rotineiro.
Ao chegar ao IML, Ceará foi recebido por pelo menos dez colegas
que o abraçaram, gritando e chorando. Ele ficou menos de dez minutos no local e depois saiu de carro com os amigos.
Ceará disse que iria para o escritório de seu advogado e, depois,
para o Incor, onde dá plantão na
sexta-feira.
Colaborou Malu Gaspar, da Reportagem Local
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