da Reportagem Local

A família de C.B.S. recebeu a notícia favorável à interrupção da gravidez com alívio.
Segundo a advogada da família, Sandra Mara Barreto de Souza, os pais se emocionaram ao ouvir a decisão e ficaram muito felizes.
"Foi isso que eles vieram buscar em São Paulo", disse a advogada.
C.B.S. também ficou contente com a decisão. Segundo a médica Maria Luiza Righetti, a menina se mostrava contente "por se livrar de uma sensação ruim em seu corpo".
Maria Luiza disse que a garota apresenta reações muito infantis e não entende perfeitamente o que acontece com ela.
"Ela diz que sente dores na barriga e quer tirar aquela coisa dela", afirma a médica.
Ontem, a advogada da família levou a autorização judicial para o aborto, obtida em Goiás, para um fórum de São Paulo. A intenção da advogada era endossar a sentença goiana.
"Na verdade, a autorização nunca foi necessária. O artigo 128 do Código Penal já prevê o aborto em casos de estupro, mas estamos levando toda a documentação como mais uma garantia", disse Sandra Maria.
Para a coordenadora do programa, a demora processual só agravou a situação. C.B.S., grávida de 18 semanas, descobriu a gravidez quando estava na 11ª semana.

Mais fácil
"Nesse momento, a interrupção teria sido muito mais fácil e menos arriscada. É muito importante que mulheres violentadas procurem serviços especializados como os oferecidos pelo Hospital Jabaquara ou Pérola Byington. Logo após o estupro, uma mulher pode optar pela pílula de emergência que impede a gravidez", afirmou Maria Luiza.
Segundo a comissão do hospital que analisou o caso de C.B.S., a idade e o impacto psicológico da menina foram muito importantes.
"Ela é uma criança e já está muito abalada com toda violência a que foi submetida. Desde o começo, ela não queria o bebê e a vontade dela deve ser respeitada. O hospital vai fazer a intervenção porque a família quis, seguindo um parecer do hospital", disse o ginecologista Jorge Andalaft.
(NR)



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