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CASO DINIZ
Presos entram no 18º dia de greve de fome; eles querem a expulsão dos estrangeiros e indulto ao brasileiro
Calheiros visita sequestradores hoje no HC
da Reportagem Local
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, visita hoje os sequestradores do empresário Abílio Diniz,
que entram no 18º dia em greve de
fome. Esta greve já é mais longa
que a anterior, em abril, de 16 dias.
Calheiros, que defende a progressão penal para os sequestradores (do regime fechado para semi-aberto, em que apenas dormem na prisão), conversará com
eles no Hospital das Clínicas, onde
estão internados.
A visita do ministro acontece
num momento de impasse entre
os sequestradores e o governo, já
que as soluções por via judicial e
parlamentar não devem ocorrer a
tempo de garantir que saiam da
greve de fome com vida.
As reivindicações dos presos para que a greve acabe são a expulsão
dos sete estrangeiros e indulto ao
brasileiro, medidas que só o presidente da República pode tomar.
A transferência dos dois sequestradores canadenses, outra das
reivindicações, já foi atendida.
"Estamos muito preocupados
com a saúde deles e queremos uma
solução rápida. Os queremos de
volta ao Chile, mas com vida",
disse o embaixador chileno no
Brasil, Juan Martabi, que visitou
ontem o grupo. Cinco dos sequestradores são chilenos.
O embaixador afirmou que o governo chileno está avaliando a situação para definir que atitudes
tomar. Para terça-feira está prevista uma visita do presidente chileno, Eduardo Frei, ao Brasil.
Até anteontem, quando o pedido
de redução das penas seria julgado
pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo, tanto o governo brasileiro
quanto os diplomatas esperavam
que o resultado do julgamento
ajudasse a resolver a situação.
A diminuição das condenações
poderia criar um ambiente favorável aos sequestradores no meio judiciário, mas a sessão foi adiada. O
julgamento deve ser retomado no
dia 15, e quatro pedidos de regime
semi-aberto já foram negados.
"Tínhamos a esperança de que a
solução viesse da Justiça, mas isso
não ocorreu. Os tratados de transferência não foram aprovados, e
essas coisas demoram. Queremos
uma solução rápida", disse o embaixador chileno.
Até agora, os presos, que só tomam água, já apresentaram queda
nos níveis de potássio, sódio e glicose no sangue e estão tendo um
monitoramento constante da frequência cardíaca. A queda acentuada na quantidade de potássio
pode causar uma parada cardíaca.
Até anteontem, as taxas de potássio dos presos Humberto Paz, Sergio Urtubia e Hector Tapia variavam de 2,90 meq/l a 3,2 meq/l. O
normal é que o nível fique entre 3,5
meq/l a a 5meq/l.
Para o clínico-geral Abrão Cury,
do Hospital do Coração, nessa situação, uma parada cardíaca pode
ocorrer a qualquer momento.
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