São Paulo, quinta, 3 de dezembro de 1998

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CRIME
Polícia Civil afirma que ele enterrou o corpo da vítima, que era uma estudante de 11 anos
Vigia é acusado de matar garota

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Policiais civis de Santana do Parnaíba (Grande SP) prenderam na madrugada de ontem o vigia Jorge Vieira de Melo, 44, sob a acusação de ter matado, vilipendiado e ocultado o corpo da estudante V.S.S., 11, no último dia 16 de novembro.
Desde o dia 19, quando teria admitido o crime para a própria mãe, Melo estava foragido. Ele passou por Osasco, Marília, Presidente Prudente e Pirapora do Bom Jesus, em São Paulo, e Itatiaia, no Rio, antes de voltar para Barueri na segunda-feira.
Melo foi preso pouco mais de 24 horas depois, em São Paulo, quando ia de carona para Ribeirão Preto. Segundo a polícia, ele confessou o crime em detalhes.
O homicídio ocorreu no posto de vigilância da torre de telefonia celular da Telesp, em Santana do Parnaíba.
Na confissão, assinada por Melo, ele relata que estava no posto sozinho quando viu passar V. e a chamou para conversar. Ele deu R$ 1 para a criança pedindo para que comprasse cinco pães.
Minutos depois, ela voltou e Melo a agarrou pelo pescoço. Antes de morrer sufocada, V. teria gritado pela mãe.
Segundo relato de Melo à polícia, ele levou a menina para os fundos do posto de vigilância, onde tirou as roupas da vítima e a deitou no chão.
O vigia disse que não tinha certeza da morte da menina. Na cozinha do posto, ele pegou um pedaço de cano e uma faca. Aplicou golpes na cabeça da menina com o cano e deu duas facadas no peito. Depois disso, Melo contou que fez sexo com o corpo da vítima, Logo após, cavou um buraco raso e a enterrou.
No mesmo dia, antes de o acusado deixar o serviço, a mãe e a tia da garota teriam sido informadas que ela fora vista com ele. Foram, então, até o posto e Melo disse que a menina não estava lá.
O acusado deixou que elas entrassem no posto, mas elas não encontraram a garota. Melo diz que, ao ver a mãe de V. chorando, quase confessou o crime.
No dia seguinte, procurado pela polícia, Melo disse que deu R$ 1 para V., mas que depois não a viu mais. Na quinta-feira, a família de Melo foi procurada pela polícia e o avisou. O acusado iniciou, então, a fuga. Depois de preso, disse estar arrependido e que não sabe porque cometeu o crime. Ele não quis dar entrevista à Folha e, segundo sua família, ainda não constituiu advogado.



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