São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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Saúde promete monitorar dengue em 650 cidades

GABRIELA ATHIAS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A partir deste mês, o Ministério da Saúde vai monitorar semanalmente os casos de dengue que surgirem nos 650 municípios mais vulneráveis à doença, a maioria no Sudeste e no Nordeste. São Paulo e Rio de Janeiro fazem parte desse rol.
Os municípios que registrarem o maior número de casos de dengue receberão apoio técnico e financeiro do ministério, informou ontem o ministro da Saúde, Humberto Costa.
A decisão de eleger a dengue como prioridade número um do ministério nos meses de verão é do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na primeira reunião ministerial, ocorrida ontem em Brasília, Lula questionou Costa sobre a situação da doença no país e o que deveria ser feito para controlá-la. O objetivo é evitar uma epidemia das mesmas proporções da ocorrida em 2002.
Até novembro passado, foram registrados 769.076 casos da doença contra 421.574 no mesmo período de 2001. Os Estados campeões da doença foram Rio de Janeiro e Pernambuco.

Campanha
A explosão da incidência de dengue no ano passado foi usada na campanha do PT como exemplo da ineficiência da gestão do ex-ministro José Serra, candidato do PSDB derrotado à Presidência da República.
O ex-ministro da Saúde Barjas Negri, que substituiu Serra, reafirmou no discurso de transmissão de cargo para Costa, anteontem, o mesmo que já havia sido dito no auge da epidemia: um dos motivos do recrudescimento da doença foi a atuação ineficiente de alguns municípios. Essa é uma das razões pelas quais Costa decidiu monitorar de perto o desempenho das prefeituras.
Após a reunião ministerial, Costa reuniu-se com o diretor da Fundação Nacional de Saúde, Jarbas Barbosa, para traçar as diretrizes de combate à dengue. A primeira decisão é acompanhar mais de perto a situação dos Estados e municípios, já que o combate é descentralizado.

Reuniões
No próximo dia 15, o ministro reúne-se com os secretários de Estado da Saúde do Sudeste. O objetivo é fazer um raio-x da situação da região. A mesma coisa será feita no dia 16, em Salvador (BA), com os titulares das secretarias de Saúde do Nordeste.
Até abril, segundo o ministro, serão mantidas as campanhas educativas de combate à dengue ainda produzidas pela equipe do governo passado.
Costa deverá ter um audiência com o presidente Lula no início da próxima semana para informá-lo sobre o pacote de ações.
De acordo com Barbosa, da Funasa, a situação está "sob controle", mas ainda é cedo para afirmar que neste ano a epidemia será menor do que no ano passado. "Vou "bater na madeira", mas ainda é cedo para comemorar. Só vamos respirar mais aliviados a partir de maio", afirmou Barbosa.
O controle da doença depende de fatores climáticos, como a quantidade das chuvas (que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti), e até da colaboração da população, que precisa seguir as orientações dos agentes de saúde.
Já estão sendo contratados 9.000 "mata-mosquitos" e ainda poderão ser contratados mais mil.



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