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Saúde promete monitorar dengue em 650 cidades
GABRIELA ATHIAS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
A partir deste mês, o Ministério
da Saúde vai monitorar semanalmente os casos de dengue que
surgirem nos 650 municípios
mais vulneráveis à doença, a
maioria no Sudeste e no Nordeste. São Paulo e Rio de Janeiro fazem parte desse rol.
Os municípios que registrarem
o maior número de casos de dengue receberão apoio técnico e financeiro do ministério, informou
ontem o ministro da Saúde,
Humberto Costa.
A decisão de eleger a dengue como prioridade número um do
ministério nos meses de verão é
do próprio presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Na primeira reunião
ministerial, ocorrida ontem em
Brasília, Lula questionou Costa
sobre a situação da doença no
país e o que deveria ser feito para
controlá-la. O objetivo é evitar
uma epidemia das mesmas proporções da ocorrida em 2002.
Até novembro passado, foram
registrados 769.076 casos da
doença contra 421.574 no mesmo
período de 2001. Os Estados campeões da doença foram Rio de Janeiro e Pernambuco.
Campanha
A explosão da incidência de
dengue no ano passado foi usada
na campanha do PT como exemplo da ineficiência da gestão do
ex-ministro José Serra, candidato
do PSDB derrotado à Presidência
da República.
O ex-ministro da Saúde Barjas
Negri, que substituiu Serra, reafirmou no discurso de transmissão
de cargo para Costa, anteontem, o
mesmo que já havia sido dito no
auge da epidemia: um dos motivos do recrudescimento da doença foi a atuação ineficiente de alguns municípios. Essa é uma das
razões pelas quais Costa decidiu
monitorar de perto o desempenho das prefeituras.
Após a reunião ministerial, Costa reuniu-se com o diretor da
Fundação Nacional de Saúde, Jarbas Barbosa, para traçar as diretrizes de combate à dengue. A primeira decisão é acompanhar mais
de perto a situação dos Estados e
municípios, já que o combate é
descentralizado.
Reuniões
No próximo dia 15, o ministro
reúne-se com os secretários de Estado da Saúde do Sudeste. O objetivo é fazer um raio-x da situação
da região. A mesma coisa será feita no dia 16, em Salvador (BA),
com os titulares das secretarias de
Saúde do Nordeste.
Até abril, segundo o ministro,
serão mantidas as campanhas
educativas de combate à dengue
ainda produzidas pela equipe do
governo passado.
Costa deverá ter um audiência
com o presidente Lula no início
da próxima semana para informá-lo sobre o pacote de ações.
De acordo com Barbosa, da Funasa, a situação está "sob controle", mas ainda é cedo para afirmar
que neste ano a epidemia será menor do que no ano passado. "Vou
"bater na madeira", mas ainda é
cedo para comemorar. Só vamos
respirar mais aliviados a partir de
maio", afirmou Barbosa.
O controle da doença depende
de fatores climáticos, como a
quantidade das chuvas (que favorecem a proliferação do mosquito
Aedes aegypti), e até da colaboração da população, que precisa seguir as orientações dos agentes de
saúde.
Já estão sendo contratados
9.000 "mata-mosquitos" e ainda
poderão ser contratados mais mil.
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