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Em encontro com trabalhadores do setor, ministro diz que greve será inútil porque, sem dinheiro, não haverá reajuste
Cristovam rejeita pressão por aumento
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, mandou ontem
um recado aos servidores das universidades federais sobre a possibilidade de greve no primeiro ano
de governo Lula por reajuste salarial: se não houver dinheiro em
caixa, a manifestação será inútil.
"Eu gostaria que a gente tentasse saber que, havendo possibilidade [de conceder aumento salarial", não vai ser preciso [fazer
greve]. Se não houver possibilidade, [a greve] vai ser inútil", afirmou Buarque durante reunião na
CNTE (Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação), entidade filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Segundo o ministro, "um governo sério e que dá prioridade
para a educação" não precisa de
greve para aumentar os salários
dos professores; deve fazer isso à
medida que houver verba.
Em 2001, uma greve da categoria, por melhores salários, chegou
a durar cem dias.
Cristovam disse também que
pretende "democratizar" a gestão
das universidades. Como exemplo, citou a escolha dos reitores,
hoje feita através de lista tríplice
enviada pela instituição ao ministério. "A gente não vai nem olhar
o segundo nome da lista", disse.
Outra novidade é uma "fiscalização" maior dos alunos sobre o
dinheiro gasto. A autonomia universitária garante às instituições a
prerrogativa de fazer a mudança.
Educação básica
Cristovam reiterou a promessa
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva de incluir o ensino médio no
Fundef (fundo de desenvolvimento do ensino fundamental),
transformando-o em Fundeb.
"Sou do tempo em que se dizia
"escrevam o que eu esqueci" e não
"esqueçam o que escrevi'", disse.
O formato e as alterações estão
em estudo, segundo ele, para que
não superem os gastos previstos
no Orçamento, mas a última palavra sobre política educacional será de Lula. "Quero ser advogado
de vocês [trabalhadores em educação", mas sou sócio do patrão."
A pedido dos professores, funcionários de escola e deputados
petistas presentes no encontro,
afirmou que manterá um canal de
diálogo com a categoria. O momento simbólico para representar isso será o Fórum Nacional de
Educação, no segundo semestre.
Cristovam pediu ajuda aos presentes para educar cerca de 20 milhões de analfabetos. Segundo ele,
deve ser criada uma secretaria
emergencial para alfabetização.
"Com data marcada para terminar, senão terá fracassado."
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