São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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CRIME EM PRAIA GRANDE

Menina de 13 anos não matou jornalista, diz delegado

Polícia muda versão e acusa marido

EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA

A reconstituição do assassinato da jornalista Sueli Jacinto, 42, feita ontem pela adolescente J.S.O., 13, fez a Polícia Civil de Praia Grande (litoral sul de SP) rever a sua primeira versão sobre o caso. Agora, para os policiais, o crime foi todo planejado e executado pelo taxista Claudionor Almeida de Souza, 54, casado com a jornalista em 16 de dezembro, dia do crime.
Já a adolescente, até ontem tida como protagonista do crime, está sendo vista como uma "vítima" que o taxista teria "aliciado". A polícia quer usá-la como uma espécie de auxiliar na investigação.
Uma confissão de J.S.O. no início da semana baseou a primeira tese da polícia. Ontem, ela teria dito que mentiu para proteger Souza, que seria seu namorado há pelo menos dois anos.
Na nova versão apresentada ontem pelos policiais, o crime ocorreu momentos após a chegada de Souza e Sueli à casa que haviam alugado na cidade para a lua-de-mel. Na manhã do mesmo dia eles haviam se casado em São Paulo.
Após o crime, o taxista teria retornado de ônibus à capital para conseguir álibis.
De acordo com a Polícia Civil, a adolescente, que estava na casa desde o dia anterior, foi obrigada a assistir ao assassinato e a entregar ao taxista o rolo de macarrão usado para matar a jornalista, entre outras "tarefas".
Ontem, segundo a polícia, a adolescente foi muito "detalhista" na reconstituição. Ela teria ficado nervosa ao explicar os passos do assassinato da jornalista -que era produtora de TV e assessora do vereador paulistano José Olímpio (PMDB) e da deputada estadual Edna Macedo (PTB).
"A adolescente disse ao Claudionor que assumiria a autoria do assassinato caso o crime viesse à tona. Ele sempre exerceu um trabalho psicológico muito forte na cabeça dela, principalmente quando a mantinha enclausurada na casa dele [em Carapicuíba, na Grande SP"", afirmou o delegado Carlos Batista, um dos responsáveis pelo caso.
Segundo o delegado titular de Praia Grande, Rubens Barazal, o taxista poderá ser denunciado por homicídio triplamente qualificado -motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Também poderá ser incriminado por estupro devido à relação com a adolescente.
Até anteontem, Souza negava sua participação no assassinato. Os advogados que o defendiam deixaram o caso.



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