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CRIME EM PRAIA GRANDE
Menina de 13 anos não matou jornalista, diz delegado
Polícia muda versão e acusa marido
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
A reconstituição do assassinato
da jornalista Sueli Jacinto, 42, feita
ontem pela adolescente J.S.O., 13,
fez a Polícia Civil de Praia Grande
(litoral sul de SP) rever a sua primeira versão sobre o caso. Agora,
para os policiais, o crime foi todo
planejado e executado pelo taxista
Claudionor Almeida de Souza, 54,
casado com a jornalista em 16 de
dezembro, dia do crime.
Já a adolescente, até ontem tida
como protagonista do crime, está
sendo vista como uma "vítima"
que o taxista teria "aliciado". A
polícia quer usá-la como uma espécie de auxiliar na investigação.
Uma confissão de J.S.O. no início da semana baseou a primeira
tese da polícia. Ontem, ela teria dito que mentiu para proteger Souza, que seria seu namorado há pelo menos dois anos.
Na nova versão apresentada ontem pelos policiais, o crime ocorreu momentos após a chegada de
Souza e Sueli à casa que haviam
alugado na cidade para a lua-de-mel. Na manhã do mesmo dia eles
haviam se casado em São Paulo.
Após o crime, o taxista teria retornado de ônibus à capital para
conseguir álibis.
De acordo com a Polícia Civil, a
adolescente, que estava na casa
desde o dia anterior, foi obrigada
a assistir ao assassinato e a entregar ao taxista o rolo de macarrão
usado para matar a jornalista, entre outras "tarefas".
Ontem, segundo a polícia, a
adolescente foi muito "detalhista"
na reconstituição. Ela teria ficado
nervosa ao explicar os passos do
assassinato da jornalista -que
era produtora de TV e assessora
do vereador paulistano José
Olímpio (PMDB) e da deputada
estadual Edna Macedo (PTB).
"A adolescente disse ao Claudionor que assumiria a autoria do
assassinato caso o crime viesse à
tona. Ele sempre exerceu um trabalho psicológico muito forte na
cabeça dela, principalmente
quando a mantinha enclausurada
na casa dele [em Carapicuíba, na
Grande SP"", afirmou o delegado
Carlos Batista, um dos responsáveis pelo caso.
Segundo o delegado titular de
Praia Grande, Rubens Barazal, o
taxista poderá ser denunciado
por homicídio triplamente qualificado -motivo torpe, meio
cruel e impossibilidade de defesa
da vítima. Também poderá ser incriminado por estupro devido à
relação com a adolescente.
Até anteontem, Souza negava
sua participação no assassinato.
Os advogados que o defendiam
deixaram o caso.
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