São Paulo, segunda-feira, 04 de janeiro de 2010

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Restauração é possível, afirma pesquisadora

EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da destruição de boa parte do patrimônio arquitetônico na cidade de São Luiz do Paraitinga, a 182 quilômetros de São Paulo, perto da serra do Mar, é possível pensar em algum tipo de restauração no futuro, em uma avaliação preliminar feita pela geógrafa Maria Tereza Luchiari, pesquisadora da Unicamp e especialista em patrimônio histórico. O processo será complexo e, em alguns casos, a restauração nunca será 100%.

 

FOLHA - É possível falar em restauração da cidade, apesar de a destruição ter sido muito grande?
MARIA TEREZA LUCHIARI - Se pegarmos a cidade de Goiás (GO) como referência, é possível falar em restauração. A cidade [na antiga capital de Goiás, também destruída por uma enchente em 2001, vivia a poetisa Cora Coralina] foi destruída em grande parte. E reconstituída depois.

FOLHA - Mas não será um projeto extremamente complexo?
LUCHIARI - Existem algumas formas para se avaliar a reforma de um patrimônio arquitetônico. Pode ser feito em partes, por exemplo. É possível, em certos casos, deixar uma parede de taipa e pilão como representação da memória [daquela edificação] e reconstituir o resto. É uma questão teórica delicada. É preciso avaliar o que vai ocorrer a partir de agora.

FOLHA - A arquitetura de Paraitinga é original ou ela foi muito alterada ao longo do tempo?
LUCHIARI - As cidades são dinâmicas. A vida é dinâmica. Claro que ao longo do tempo foram feitas alterações [estudos feitos em São Luiz do Paraitinga mostram que parte das modificações arquitetônicas na cidade estão sendo feitas para servir a demanda do turismo em detrimento das necessidades da sociedade local]. Mas o patrimônio lá é bastante significativo. Existe todo um conjunto arquitetônico. Um núcleo. Não são apenas casas isoladas [que apresentam valor histórico].


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