|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Hospital oferece novo diagnóstico
DA REPORTAGEM LOCAL
Os hospitais Sírio-Libanês e Israelita Albert Einstein, dois dos
melhores de São Paulo, criaram,
há poucos anos, um serviço especializado em segunda opinião para diagnósticos de câncer.
A escolha de um serviço voltado
só para o câncer é compreensível.
É uma doença grave, de grande
impacto sobre a vida do paciente,
e suas chances de cura são diretamente proporcionais ao acerto no
tratamento desde o início.
"O tratamento de muitas formas de câncer é complexo. As
condutas têm mudado bastante,
em alguns casos, o que era verdade há três anos não é mais, e tanto
o paciente quanto o médico têm o
direito de ficarem inseguros", diz
Raul Cutait, diretor do Centro de
Oncologia do Sírio-Libanês.
Os serviços permitem que um
paciente de outro hospital, cidade
ou Estado leve seus exames para
que seja feita uma segunda análise. Um familiar do doente também pode solicitar o estudo.
No Albert Einstein, os casos são
discutidos por uma equipe de especialistas (cirurgião, oncologista, radioterapeuta, patologista e
quimioterapeuta) das clínicas integradas em oncologia. Ao final
da análise, é fornecido um laudo
com o diagnóstico.
"A pessoa marca uma consulta
com um de nossos oncologistas e,
dependendo da complexidade do
caso, recebe o diagnóstico no
mesmo dia ou, no máximo, em 72
horas", afirma Yana Novis, coordenadora da área de oncologia.
Revisão de colegas
No Sírio-Libanês, além do paciente e seus familiares poderem
solicitar uma segunda opinião, o
médico de referência também pode pedir a revisão dos colegas.
Neste caso, o especialista leva o
quadro para discussão da equipe.
Existe ainda a opção de pedir
orientação internacional.
O hospital fez uma parceria
com o Memorial Sloan-Kettering
Cancer Center, de Nova York, um
dos centros referência no mundo
da doença. Por meio de teleconferência, o caso é discutido com os
especialistas americanos.
No entanto, só é fornecido um
documento com o diagnóstico
quando houver participação internacional no laudo.
Eletrocardiograma
O Incor (Instituto do Coração)
oferece o serviço de segunda opinião para eletrocardiogramas há
dez anos. Médicos de outros hospitais podem enviar por fax os
exames de seus pacientes.
Há seis meses, o hospital inaugurou serviço que permite a segunda opinião com base na análise de exames enviados via Internet, ao custo de cerca de R$ 8.
Sem uma orientação adequada
sobre seu problema de saúde, a
dona-de-casa Neide Barriguelli,
57, por pouco não chegou ao quadro de falência renal. "Se não tivesse procurado um outro médico teria morrido." Há 20 anos, ela
sofre de nefrite, doença crônica
caracterizada pela inflamação dos
rins. Em 1986, ela tomava 25 medicamentos e não melhorava.
"Estava inchada, andava com
dificuldade, mas o médico dizia
que era assim mesmo. Um dia, vi
uma entrevista de outro especialista na televisão e resolvi procurá-lo. Foi a minha sorte. Meu rim
estava parando. E eu, morrendo",
afirma. "O médico ficou espantado com o quadro e me encaminhou direto para a diálise (processo para filtragem da urina). Essa mudança de médico e de conduta foi a minha salvação."
Texto Anterior: Saúde: Segunda opinião é um direito do paciente Próximo Texto: Internet torna paciente mais crítico Índice
|