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São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2003

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VIOLÊNCIA

Entre as vítimas de ontem estão dois PMs; homem foi assassinado e cinco foram feridos próximo ao sambódromo

Com tropas do Exército nas ruas, 8 são mortos no Rio

FABIANA CIMIERI
FERNANDO MAGALHÃES

FREE LANCE PARA FOLHA

O Rio de Janeiro teve ontem um dia violento, apesar da presença do Exército nas ruas. Pelo menos oito pessoas morreram, sendo dois policiais militares, e 19 ficaram feridas por tiros na cidade.
Nas imediações do sambódromo, que recebeu reforço policial por causa dos desfiles de Carnaval, uma pessoa foi morta e cinco foram feridas. A favela da Rocinha foi ocupada pela polícia.
O Exército foi convocado para atuar na segurança do Rio após a onda de violência que atingiu a cidade por cinco dias, com um saldo de três mortes, 48 veículos incendiados e 6 bombas caseiras lançadas por traficantes.
De sábado, quando começou a chamada "Operação Guanabara", até ontem à noite não houve registro de novos protestos do tráfico de drogas.
O secretário de Segurança Pública, Josias Quintal, disse que as ocorrências até ontem à noite eram ""próprias da ocasião".
O fato mais violento de ontem aconteceu em Belford Roxo (Baixada Fluminense). Quatro pessoas foram assassinadas em uma casa no bairro de Parque São José. Segundo policiais civis, um grupo de homens armados teria invadido a casa e matado os dois casais que ali dormiam. Milena Pereira dos Santos e Sebastião Guilherme dos Santos estão entre as vítimas da chacina. Os outros dois corpos não foram identificados até a conclusão desta edição.
Por volta das 2h30, na área próxima à Passarela do Samba, Igor Fernando da Silva Almeida, 24, foi morto por um grupo de homens armados. Três menores de idade, que acompanhavam Almeida, também foram atingidos pelos disparos. Houve tumulto entre as pessoas que cercavam o sambódromo para ver as escolas.
Essa versão é de Emanuel Lopes Lima,18, que foi atingido na perna e levado para o hospital Souza Aguiar. Os três menores (atingidos na perna e e na barriga) foram juntos para o mesmo hospital. Até a tarde de ontem, apenas W.D.C., 17, continuava internado.
Segundo a polícia, Almeida foi morto em um "acerto de contas", e o assassino não foi identificado.
À noite, dois PMs morreram e um ficou ferido em duas ocorrências na zona norte. O soldado identificado apenas como Claudemir, do Batalhão Ferroviário, morreu dentro de um trem ao se envolver em conflito provocados por mascarados conhecidos como clóvis (fantasia tradicional do carnaval carioca).
No conflito, ocorrido na altura da estação do Engenho Novo, o policial Mauro Rocha, que estaria entre os mascarados, e mais sete pessoas foram feridos, incluindo uma mãe e filha. No bairro da Penha, o PM Luiz Paulo dos Santos foi morto ao reagir a um assalto dentro de uma perua.
Em outra ocorrência envolvendo clóvis, na madrugada, Elias de Oliveira Pacheco, 26, morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas durante tiroteio no bairro de Marechal Hermes (zona norte). Entre os três supostos assassinos presos estão os policiais militares Carlos Eduardo Nascimento, 29, e Douglas Ribeiro de Miranda, 25.
Segundo a polícia, dos seis feridos, quatro teriam sido atingidos por balas perdidas. Os PMs suspeitos ficarão aquartelados no 1º Batalhão (Catumbi) até o julgamento. Como eles não estavam de serviço no momento do crime, serão julgados na Justiça comum, disse Velloso.
No centro, por volta de 1h de ontem, na avenida Presidente Vargas, Douglas Sancler de Moraes, 25, levou um tiro na perna quando tentava tirar a arma de um policial que o revistava. Um homem que o acompanhava também foi detido e levado para a 6ª DP (Delegacia de Polícia).

Rocinha
A polícia ocupou com 300 homens ontem à tarde a favela da Rocinha, a maior da zona sul e uma das maiores da cidade. A intenção era reprimir o comércio de drogas no local. Até o final da noite não havia informações sobre prisões ou apreensões de armas e drogas na região.
Anteontem, na Ilha do Governador (zona norte), duas traineiras passaram em frente à praia do Fundão atirando contra cerca de 800 banhistas. O aposentado Carlos Monteiro, 60, foi atingido na barriga.


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