São Paulo, domingo, 04 de março de 2007

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"Me ensinaram que não sou bandido", diz rapaz

DA FOLHA RIBEIRÃO

Rodrigo (nome fictício), 17, é um dos 14 jovens atualmente atendidos pelo projeto de semiliberdade do NAI, em São Carlos. Durante a manhã, ele participa de um curso profissionalizante de confeitaria. À tarde, cursa a 8ª série no mesmo colégio.
"Aqui, me ensinaram que não sou bandido, que sou alguém como qualquer outro." Ele foi detido em novembro de 2006 após participar de roubo a mão armada em plena luz do dia a uma casa, com três colegas. "Foi um impulso, decidimos ir na hora. Hoje nem sei mais porquê."
Levado ao NAI, o jovem passou por todos os trâmites e, em vez da internação, foi para a semiliberdade. "É claro que não gosto de não poder ficar em casa o tempo todo, mas sei que aqui é melhor que muito lugar por aí que a gente ouve falar." Rodrigo vive com a mãe no Cidade Aracy, um dos bairros mais pobres de São Carlos. Chegou na cidade há nove anos, de Recife (PE). Seu pai o abandonou há cinco anos.
Eduardo (nome fictício), 17, internado provisoriamente no NAI por roubo, já esteve na Febem no final do ano passado e disse que o núcleo de São Carlos é diferente. "Aqui a gente pode conversar de igual pra igual."
Seu colega Rafael (nome fictício), 16, agrediu o padrasto e espera julgamento no NAI. "Não gosto de ficar preso, mas aqui a gente joga bola e não fica parado", disse.


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