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SAÚDE/CIRURGIA PLÁSTICA
Médicos vêem banalização das lipos de pequeno porte
Especialistas dizem que "minilipo" é vendida como procedimento simples, quando não é
Cirurgia deve ser feita por cirurgião plástico, em ambiente cirúrgico, com presença de anestesista e precedido por exames
CONSTANÇA TATSCH
DA REPORTAGEM LOCAL
"Minilipo", "Lipinho" ou "Lipo Light". Os nomes seduzem
quem quer melhorar o corpo
mas tem medo de cirurgia. Só
que os especialistas afirmam:
lipoaspiração é sempre lipoaspiração, com os seus riscos e
benefícios.
Há uma semana, a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica
divulgou alerta no qual manifesta "preocupação" com o que
chama de banalização das lipos
de pequeno porte. Esses procedimentos são caracterizados
por aspirarem menos gordura,
em áreas menores do corpo.
"As pessoas, com o intuito de
diminuir o risco, fazem uma
minilipo. Mas não é tirando os
fatores de segurança que vão se
proteger", afirma o presidente
da SBCP- SP, Antonio Graziosi.
"É lógico que quanto menor
for a área lipoaspirada, menores serão os sangramentos e
mais rápida será a recuperação.
Mas os profissionais que divulgam a lipo com estes nomes
querem dar a impressão de que
é um procedimento simples,
quando não é", diz o médico.
Segundo os especialistas, o
procedimento deve ser feito
por um cirurgião plástico. Outro cuidado importante é fazer
uma avaliação completa do paciente, com exames de sangue,
urina e coração para ver se a
pessoa está em perfeitas condições de saúde.
A lipoaspiração deve ser feita
em um ambiente cirúrgico
-um hospital ou uma clínica
muito bem equipada- respeitando o procedimentos de assepsia (que evita a presença de
germes) e pronto para qualquer
eventualidade.
Outro conselho dos especialistas é garantir a presença de
um anestesista, porque mesmo
pequenas doses de anestesia
podem desencadear, ainda que
raramente, reações alérgicas.
A anestesia local, usada nas
minilipos, tem um limite de duração e é importante lembrar
que a lipo é um procedimento
agressivo, que pode causar dor.
O cirurgião plástico Rolf
Gemberli, do Hospital Israelita
Albert Einstein, desaconselha
fazer várias minilipos. "Se faz
de um lado e depois do outro,
perde-se o parâmetro de igualdade. Sai o mesmo preço, fica
mais vezes dolorido e pode
criar deformidades."
Entre os riscos ligados à lipoaspiração em si estão a possibilidade de tirar gordura demais e deixar o local um pouco
afundado, a pele não retrair e ficar sobrando (quando não há
elasticidade suficiente), ou restar um pouco de gordura, exigindo, assim, um retoque.
Complicações graves -como
trombose venosa e embolia
gordurosa- ocorrem em só
0,05% dos casos.
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