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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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Exército ajudará a captar água no norte do RJ

SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO

Militares do Exército foram enviados ontem a Campos, maior município do norte fluminense, para ajudar a população a conseguir água potável. A cidade capta água do rio Paraíba do Sul, atingido por substâncias tóxicas que vazaram da Indústria Cataguazes de Papel, em Cataguases (MG).
O abastecimento foi cortado parcialmente anteontem, afetando 50% dos 400 mil habitantes.
Os militares do Batalhão de Engenharia montarão uma adutora ligando o rio Muriaé à estação de tratamento de água da Coroa, que atende 70% da área urbana da cidade. Poderão ser usadas unidades móveis de tratamento.
A ajuda foi pedida pelo prefeito Arnaldo Vianna (PSB), que alegou que os cerca de 40 carros-pipa que têm circulado pela cidade só conseguem abastecer escolas e hospitais. Vianna disse que o estado de calamidade pública não foi decretado, mas já está instaurado.
Muitas praias da região foram interditadas, já que a mancha de substâncias se aproxima da foz do rio Paraíba do Sul -está a 3 km.
A Feema (órgão ambiental estadual) determinou a interdição das praias Atafona, na cidade de São João da Barra, e Gargaú, em São Francisco do Itabapoana. A Prefeitura de São João da Barra interditou, preventivamente, 21 praias e decretou estado de emergência.
A governadora do Rio, Rosinha Matheus (PSB), pediu ao governo mineiro que seja construída uma barragem no entorno da empresa para que resíduos tóxicos não vazem mais para o rio Pomba, afluente do Paraíba do Sul.
Em carta enviada à ministra Marina Silva (Meio Ambiente), Rosinha pediu ações compensatórias, como um projeto de renda mínima para pequenos agricultores, pecuaristas e pescadores, repovoamento de rios com peixes e outros animais, reflorestamento e obras de captação de água.
A Polícia Federal abriu inquérito ontem contra a indústria de papel. O crime previsto é provocar "poluição hídrica de forma que torne necessária a interrupção da distribuição de água".


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