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MASSACRE NA BAIXADA
Crime pode ter sido represália por punição
PEDRO DANTAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A principal linha de investigação do massacre indica
que os assassinatos foram
uma represália de policiais a
punições determinadas pelo
coronel Paulo César Lopes,
comandante do 15º BPM,
em Duque de Caxias.
A ação do comandante
chegou a ser contestada por
parlamentares da Baixada
na Assembléia do Rio, sob
alegação de que ele tinha
"ânsia de punição".
Um dos exemplos de investigações, desde que assumiu o cargo, em 2004, foi
uma sobre o roubo de um
caixa eletrônico, no dia 4 de
janeiro. A apuração apontou
que a equipe de policiais da
área onde ocorreu o assalto
teria sido, no mínimo, omissa. Lopes ordenou a prisão
por dez dias de um tenente,
um cabo e dois soldados.
O comandante já havia punido a mesma guarnição de
policiais responsável pela segurança na rodovia Washington Luís, onde ocorriam
roubos aos clientes dos caixas eletrônicos sempre que a
equipe estava na ronda.
Duas semanas antes da chacina, quatro policiais foram
flagrados roubando pneus
de um caminhão recuperado em Duque de Caxias.
Desde que assumiu, Lopes
puniu cerca de 60 policiais.
A ação do comandante foi
contestada em discursos pelos deputados ligados a policiais e liderados por Andreia
Zito (PSDB) na Assembléia.
Chegou a dizer que o coronel tem "ânsia de punição".
Procurada pela Folha, ela
recuou e disse que reclamou
apenas da escala de serviço
no 15º BPM. "Referia-me a
um caso em que um policial
foi punido com prisão de
dez dias por um atraso de
duas horas e outro por estar
com a farda suja", disse.
Filha do ex-prefeito de Caxias José Camilo Zito, ela
afirma que jamais ouviu falar de grupos de extermínio
formado por policiais na
Baixada. Seu pai já respondeu a processos sob acusação de envolvimento com
esse tipo de crime.
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